A melhor coisa é ser amado pelo o que você é; a pior coisa é ser odiado pelo o que você não é.
(Antonio Gustavo)
"É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la" (Fernando Pessoa)
A melhor coisa é ser amado pelo o que você é; a pior coisa é ser odiado pelo o que você não é.
(Antonio Gustavo)
O homem que segue a tendência alheia caminha em direção a ruína do ser; o homem que segue a sua essência caminha em direção a plenitude do ser.
(Antonio Gustavo)
Ser honesto não significa que as outras pessoas também serão honestas com você. Mas, significa que você é uma pessoa de valor em meio a muitas pessoas que já perderam seus valores.
(Antonio Gustavo)
Ser honesto é algo que não depende de ter a aprovação dos outros, mas sim de ter caráter.
(Antonio Gustavo)
Na vida eu fui um vencedor, porque praticamente tudo que dependeu de mim deu certo. Mas, o que geralmente dependeu dos outros deu errado.
(Antonio Gustavo)
Há pessoas que reconhecem quem você é e há pessoas que não reconhecem. O mais importante disso é saber que, de um modo ou de outro, você não deixa de ser quem você é.
(Antonio Gustavo)
Nada conforta mais as pessoas que são mau-caráter do que acusar as outras pessoas de ser aquilo que elas próprias são.
(Antonio Gustavo)
Ainda bem que não dependemos da opinião dos outros para ser quem somos. Pois, se dependêssemos da opinião dos outros nunca seriamos quem somos.
(Antonio Gustavo)
Ela era não apenas da arte uma bela obra
Transmitindo profunda inspiração
Mas, também da vida a mais criativa artista
Transformando o amor em solução.
Ela era como uma luz no meio das trevas
Irradiando intensamente o bem na minha direção
O alivio sereno da paz após tantas batalhas
A mulher que sabia ouvir a voz do meu coração.
Ela era não como muitos tolos a imaginavam
Simplesmente mais uma qualquer na multidão
Mas, àquela por quem meus olhos brilhavam
Despertando o encanto da mais doce emoção.
Ela era a musa que todo poeta na vida queria encontrar
Fazendo até do frio do inverno emergir o calor do verão
Sabia assim como ninguém o melhor de mim despertar
Ganhando o meu tempo com a sua imperfeita perfeição.
POEMA: ANTONIO GUSTAVO
O que compensa a dor da ausência é a alegria de saber que ainda haverá reencontro; o que não compensa a dor da ausência é a tristeza de saber que não haverá mais reencontro.
(Antonio Gustavo)
O conhecimento é como a luz acesa de um bom refúgio para nos abrigar contra o mau das trevas da ignorância.
(Antonio Gustavo)
Raras não são as pessoas que veem que você não está bem, mas sim raras são as pessoas que realmente se importam em quererem te ver bem.
(Antonio Gustavo)
Ela, eu e o mar tinha tudo a ver
O mais belo encontro que podia acontecer
Como o verde, o azul e o amarelo a desenhar
Uma doce fantasia na realidade a realizar.
Poesia de verão a recitar: menos dores; mais amores
No calor do sol a irradiar: festas, afetos e flores
Para mais tarde a noite a lua fascinante convidar
Estrelas brilhando na escuridão a iluminar.
A paisagem tropical do litoral colorida a renascer
Celebrando dias melhores assim sempre aparecer
No horizonte a terra, o céu e o mar juntos a se abraçar
Eu e você na eternidade desse momento a se amar.
Com o encanto desse encontro na praia a acontecer
Confirmo que o paraíso só tem valor se estiver com você
Nos sentimentos, a mergulhar; nos pensamentos, a flutuar
A vida só faz sentido mesmo sentindo o que é amar.
POEMA: ANTONIO GUSTAVO
Nas minhas melhores memórias nunca estiveram presentes coisas, mas sempre estiveram presentes momentos, lugares e, sobretudo, pessoas.
(Antonio Gustavo)
Henri
Wallon foi um importante pensador francês considerado como um dos principais
pensadores interacionistas ao lado do pensador suíço Jean Piaget e do pensador
russo Lev Vygostky. Suas contribuições até os dias de hoje exercem uma
significativa influência principalmente no campo psicológico e educacional. Já
que apesar de Henri Wallon não ter elaborado uma teoria especifica de ensino,
mas criou uma teoria que apresenta ideias nas quais estão relacionadas a
explicação da afetividade e dos campos funcionais que ajudam na resolução de
algumas questões psicológicas e educacionais.
Além
de interacionista ficou especificamente conhecido como “psicólogo da emoção”. Pois,
em sua teoria da psicologia do desenvolvimento colocou em lugar de destaque a
dimensão afetiva. Na medida em que segundo esse pensador francês a afetividade
desempenha um papel central. Afirma
que “[...] é nos primeiros vislumbres da vida psíquica, no seu período afetivo,
que se encontra a origem da evolução da pessoa” (WALLON, 2007, p. 215).
Sendo
assim, podemos dizer que a afetividade precede a cognição, ou seja, a afetividade
é um elemento primordial, porque é anterior a formação e desenvolvimento da
atividade cognitiva. Porém, é necessário não apenas de ser levada em
consideração no início, mas também durante e até o término da vida humana. Por
outras palavras, isso significa dizer que existe no início, meio e fim. Logo,
esse elemento tem um caráter permanente na vida humana. Por isso, segundo SILVA
(2014) a afetividade evidencia-se
como um componente permanente da ação.
Mesmo
dando uma atenção maior assim a afetividade, revelando a importância dessa
dimensão, não podemos esquecer de ressaltar que na concepção de Henri Wallon
sobre o desenvolvimento das atividades psíquicas. Existem outros elementos que
em conjunto constituem o que ele vai chamar de campos funcionais nos quais são basicamente
compostos por: motricidade, afetividade, inteligência e a pessoa. Compreendendo
o ser humano na sua totalidade e não na especificidade de cada uma dessas
funções.
Nesse
sentido, as contribuições do pensador Henri Wallon superam tanto a concepção
idealista quanto supera a concepção materialista. Porque na concepção idealista
a dimensão mental era compreendida separadamente da dimensão material. E na
concepção materialista a dimensão biológica era compreendida isoladamente da
dimensão psicológica. Sua teoria walloniana opõe-se aos reducionismos
biológicos e psicológicos e aos limitantes dualismos corpo/mente,
organismo/sociedade que tanta marcaram a educação e a psicologia.
Sendo
que para Wallon todos esses fatores estão integrados (NUNES E SILVEIRA, 2011).
E, assim, devem ser compreendidas essas dimensões nas inter-relações que
naturalmente estabelecem na sua coexistência. Tanto no âmbito psicológico com um
sujeito visto como integral quanto no âmbito educacional com a educação
integral, visando levar em consideração o sujeito na sua totalidade. Ainda que,
segundo CARVALHO (2020), no pensador Wallon o foco dessa questão se manifesta,
sobretudo, na afetividade e na construção do sujeito.
A
motricidade corresponde a um dos principais campos a se desenvolver e que serve
de base para o desenvolvimento dos demais campos funcionais. Haja vista que
para esse pensador “o movimento já começa na vida fetal”
(WALLON, 1995), isto é, durante o desenvolvimento do estágio intrauterino,
antes mesmo do ser humano posteriormente existir no mundo, inicialmente em
forma de bebe, constituindo-se pluralmente tanto em mais um ser humano quanto
singularmente em mais um indivíduo.
Não obstante,
o movimento é a tradução da vida psíquica antes também do
surgimento da palavra. (WALLON, 1975, p.75). Pois, antes mesmo do ser humano se
expressar por palavras oralmente ou verbalmente, expressa-se corporalmente de
imensuráveis maneiras pela motricidade. Caracterizada por três movimentos
principais: passivo ou exógeno, ativo ou autógeno e reações posturais.
Movimento
passivo responsável pelo equilíbrio do corpo no espaço. Movimento ativo
responsável pelos deslocamentos do corpo ou partes do corpo no espaço. Reações
posturais são reveladoras das expressões faciais e corporais. Sendo o
movimento, no geral, o que possibilita o desenvolvimento da percepção e da
representação. Por exemplo, o sentido da construção do movimento da criança no
seu percurso segue a direção do motor para o mental, indicando que o ato motor
possibilita a representação do ato mental.
É
válido dizer que não podemos jamais entender esses diferentes tipos e funções
de movimentos de maneiras fixas, isoladas e únicas. Mas, no contexto da dinâmica
da sua interação em conjunto com o meio e com as outras pessoas. Nesse sentido,
na concepção desse pensador o ser humano é um ser organicamente social. Por
isso, “Não se pode explicar uma conduta isolando-a do meio em que
ela se desenvolve (WALLON, 1986:369).
O meio
aparece aqui, ao contrário do que a princípio poderia se imaginar ou pensar, não
simplesmente como meio físico, mas sim como algo mais abrangente, sendo para
Wallon identificado como três tipos possíveis de meios: meio físico-químico,
correspondendo as condições presentes no ambiente; meio biológico, onde o homem
estabelece e mantém relações com outras espécies existentes no planeta; meio
social, determinando as condições de interações de diversas relações sociais,
cujas mesmas são regularmente mais transitórias.
Além
disso, o meio ainda pode ser entendido por um certo espaço que assume
diferentes conotações. Porque logicamente pode variar, desde ser o meio
familiar, passando pelo meio social, o meio cultural e até o meio escolar no
qual é fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
O meio
ainda envolve, ao mesmo tempo, importantes noções como, por exemplo, a noção de
conjunto e circunstância; a noção de meio de ação, ou seja, um determinado
tempo, espaço e circunstância onde o ser humano assim de alguma maneira atua. Exercendo
e realizando os seus movimentos.
A
afetividade é a primeira forma de interação com o meio e a motivação primeira
do movimento. A afetividade tem origem nas sensibilidades interoceptiva. A
afetividade é composta por: emoção, sentimento e paixão. A emoção é a primeira
expressão da afetividade; não é controlada pela razão. Segundo DANTAS (2019, p.
138) possui um caráter altamente contagioso decorrente do fato
de que é mais visível, abrindo-se do interior em direção ao exterior.
A
emoção é quem fornece o primeiro vínculo entre os seres humanos. Como se fosse,
de certo modo, a linguagem antes da linguagem, porque as expressões faciais e
corporais decorrentes da emoção estabelecem, apesar de menos elaboradas do que
outras formas de expressões existentes, um primeiro contato com o contexto que
está inserido. A emoção é assim a manifestação mais evidente, mais intensa e
menos contida da sensibilidade. Sendo originária dos anteparos biológicos,
possuindo impactos físicos e sociais de modo espontâneo (PINHEIRO, 2014).
O
Sentimento tem um caráter mais cognitivo. Consegue, a medida do possível,
expressar pela fala, por exemplo, o que lhe afeta. Tornando o afeto irracional
em uma demonstração de afeto racional. A paixão tem a ver com o autocontrole
das emoções e dos sentimentos auxiliando em diversas situações.
Por
outras palavras, podemos também dizer que o ser humano tem basicamente na
emoção uma ativação preponderantemente fisiológica, exteriorizando os
diferentes estados emocionais de reações diretas e instantâneas; no sentimento
uma ativação preponderantemente da representação que tende a atenuar a potência
da emoção, expressando-se pela linguagem; na paixão uma ativação preponderantemente
do autocontrole como competência para gerir alguma situação.
No
senso comum estabelecido se costuma ouvir muito as pessoas dizerem que a emoção
e o sentimento são duas coisas iguais como se fossem palavras sinônimas, isto
é, palavras nas quais uma tem o significado equivalente ao significado da
outra. Mas, acreditar nisso está errado. Simplesmente porque, apesar de que, às
vezes, pode até parecer uma (emoção) com o outro (sentimento), ainda assim mesmo
com a maioria continuando a acreditar nisso não torna isso uma verdade. Pois,
ambos são de fato diferentes elementos que constituem a afetividade.
A
emoção apesar de também ser social é mais biológica e bem menos racional, enquanto
o sentimento é mais social e até um certo tanto mais racional. Além disso,
outra característica interessante sobre essa questão que proporciona
estabelecer a diferenciação entre emoções e sentimentos é que as durações das
emoções costumam ser mais efêmeras, ou seja, as emoções são mais passageiras,
enquanto as durações dos sentimentos são normalmente mais duradouras, ou seja,
os sentimentos são menos passageiros.
A
inteligência está ligada tanto a fatores biológicos quanto principalmente
ligada a fatores sociais. A gênese da inteligência é biológica e social. São
dimensões indissociáveis e complementares. Mas, segundo o pensador Wallon, em
relação a origem da inteligência inicialmente é biológica e, posteriormente, é psicológica.
Já que a razão nasce da emoção. É no desenvolvimento da inteligência que se
manifesta a realização de dois aspectos relevantes: o sistema de símbolos e a
linguagem, os quais são desenvolvidos integralmente para possibilitar a
aquisição do indivíduo (DAUTRO; LIMA, 2018).
A
pessoa se constitui como a representação da integração de todos esses três elementos
(afetividade, cognitividade e motricidade) que fazem parte dos campos
funcionais. Coordenando as demais funções. A pessoa é responsável pela
identificação do eu e pela consciência.
O
desenvolvimento da pessoa se dá numa construção progressiva em que se alternam
estágios nos quais ora predominam aspectos afetivos e ora cognitivos. Essa
tendência a predomínio de um aspecto sobre o outro, o pensador Henri Wallon
nomeou de “predominância funcional” que na sua explicação dessa ideia aparece
como sendo um princípio de alternância funcional (GUEDES, 2007, p. 6).
Seja
de um modo ou de outro modo, alternando-se em um momento mais cognitivo ou em
outro momento mais afetivo. Certamente são dimensões indissociáveis que se complementam
na vida do ser humano. Inclusive, nesse sentido, é válido destacar uma
interessante reflexão: “não basta apenas o ser humano sentir o sentimento e
pensar o pensamento, mas também buscar sentir o pensamento e pensar o sentimento”
(Antonio Gustavo). Sentimentos compõem a afetividade e pensamentos integram a cognitividade,
mas há em alguma medida sentimentos nos pensamentos e pensamentos nos
sentimentos. Porque é impossível encontrar elementos do desenvolvimento que
sejam puramente cognitivos ou elementos do desenvolvimento que sejam puramente
afetivos. Todo comportamento humano se constitui, dentre outras coisas, na
conexão dessas suas dimensões. Ainda que
cada uma dessas dimensões possua suas próprias características, ambas coexistem
e se inter-relacionam na pessoa.
Na perspectiva de Wallon na compreensão do princípio da alternância funcional através do qual se alterna a afetividade e a cognitividade, existem basicamente dois tipos de movimentos sinalizando direções diferentes que refletem aspectos funcionais, denominados de movimento centrípeto e movimento centrífugo. Nessa alternância entre esses dois elementos em que ora predomina um e ora predomina outro. Por um lado, quando acontece de ser a afetividade predominando sobre o cognitivo este movimento é chamado de centrípeto. Tende a se orientar por uma direção interna. Tendo como uma das características principais ser o momento em que a criança se volta para si mesma, concentrando a sua busca e interesse na construção do eu. Por outro lado, quando acontece de ser o cognitivo predominando sobre a afetividade este movimento é chamado de centrífugo. Tende a se orientar por uma direção externa. Possuindo como uma das características principais a criança está voltada a sua atuação para a elaboração da realidade externa e atenção ao universo que a rodeia.
A
compreensão do ser humano não pode ser pautada exclusivamente em algum momento
especifico de sua vida, pois suas características normalmente se modificam,
desenvolvendo e melhorando ao longo do tempo, a medida em que vai constituindo-se
como indivíduo e interagindo com as outras pessoas no meio. Por isso, o ser
humano deve ser visto geralmente como um sujeito integral na sua
individualidade e sociabilidade como síntese de múltiplas dimensões.
A
construção da pessoa num certo sentido é uma autoconstrução que quando
vinculada ao uso da inteligência pode resultar positivamente na formação e
desenvolvimento de personalidades originais e de valores. Nas quais para manter
um eu diferenciado em sua individualidade e, ao mesmo tempo, integrado em sua
sociabilidade requer de fato a extensão da inteligência (DANTAS, 2019,
p.150-151). Porque naturalmente “a afetividade
depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano da inteligência e
vice-versa” (DANTAS, 1992a: 90).
Para
Wallon (1995) a vida afetiva constitui-se a partir de um intenso processo de
sensibilização. Tendo em vista que corresponde a praticamente tudo que pode nos
afetar promovendo sensações seja de maneira positiva e boa ou de maneira negativa
e ruim. Muito embora a motivação desses estudos e pesquisas deve residir,
dentre outras coisas, na preocupação em buscar focar a utilização dessas ideias
wallonianas sobre a afetividade, sobretudo, visando o bem. Logo, no que
sensibilize o ser humano de maneira positiva e boa.
Porque
sabemos que “o afeto tem a capacidade de confortar muito mais do que palavras
agradáveis” (Antonio Gustavo). Tendo em vista que ao contrário disso o uso
somente da racionalidade não é suficiente. Torna-se algo desinteressante e
desgastante ao longo do tempo, promovendo aspectos cognitivos em detrimento dos
aspectos afetivos. No entanto, quando os aspectos cognitivos e os aspectos
afetivos não são entendidos separados, mas sim compreendidos inter-relacionados
sendo os afetos utilizados principalmente em função de motivar o ser humano não
apenas em se desenvolver na aprendizagem, mas também nas suas relações sociais
isso é algo diferente. Porque o ser humano se sente, de certo modo, assim mais
confortável para continuar motivado a buscar aprender algo e interessado a se
relacionar melhor com as outras pessoas.
A
criança, por exemplo, geralmente tende a se sentir mais confortável no processo
de ensino do meio escolar para aprender e no meio familiar, social e cultural
para se relacionar quando é afetada de forma positiva e boa sendo incentivada a
sentir as suas emoções; vivenciar seus sentimentos e, a medida do possível, compreendê-los
e expressá-los em gestos, falas, escritas ou ações. Contribuindo a criação dessas
condições favoráveis assim para valorizar a criança no desenvolvimento e
mobilização de forma positiva e boa dessas quatros dimensões dos campos
funcionais em sua coexistência: motricidade, afetividade, inteligência e
pessoa.
No
âmbito educacional, o educador atendendo as necessidades desta
criança nos planos afetivo, cognitivo e motor promoverá o desenvolvimento da
criança em todos os níveis (SILVA, 2018). Até porque "É contrário à natureza tratar a criança
fragmentariamente" (WALLON, 2007, p. 198).
Sendo assim, as
relações que se estabelecem entre o sujeito, o objeto de conhecimento e o
agente mediador são, sem dúvidas, influenciadas pela dimensão afetiva, haja
vista que causam impactos subjetivos que podem ter como uns dos efeitos conduzir
na realização, por um lado, do movimento de aproximação e, por outro lado, do
movimento de distanciamento entre o sujeito e o objeto de conhecimento (LEITE,
2012).
“Toda experiência de aprendizagem se inicia
com uma experiência afetiva” (Rubem Alves). Sendo assim, a afetividade se
constitui em ponto de partida para o desenvolvimento psicológico e educacional
do ser humano. “O ser humano foi, logo que saiu da vida puramente orgânica, um
ser afetivo. Da afetividade diferenciou-se, lentamente, a vida racional”
(WALLON, 1986, p.120). A afetividade é um elemento primordial para conduzir a
aprendizagem ao despertar o interesse pela atividade intelectual, estimular a
busca pelo saber e o desenvolvimento da autonomia, potencializando as relações
sociais.
Na
questão do ensino e afetividade, por exemplo, o professor para que atinja seus
objetivos de promover a aprendizagem, deve saber que as emoções, os
sentimentos, e as paixões que em conjunto correspondem a afetividade, variam de
intensidade em função dos contextos, mas que antes estão sempre presentes na
vida, exercendo influência de alguma forma em nossas atividades (BUURON, 2021).
A
afetividade geralmente desempenha uma contribuição positiva e boa tanto na
aprendizagem quanto na relação professor-aluno. Segundo RIBEIRO (2010) quando
existe afetividade em ambas dimensões, o aluno tem possibilidade de apresentar
um maior desenvolvimento intelectual, psíquico e emocional. Por isso, a
afetividade é algo essencial de haver, dentre outras coisas, no processo de
construção do conhecimento.
Resultando,
por exemplo, em ampliar possibilidades tanto nas realizações de desempenhos escolares
quanto nos acontecimentos de relações melhores com a afetividade representando
um elemento de motivação para professores e estudantes. Já que na perspectiva
do professor, o afeto demonstra, muitas das vezes, a gratificação por seu
trabalho e, para o aluno, em grande parte, a satisfação em estar no ambiente
escolar (SANTOS, 2012).
Assim,
na teoria Walloniana, refletindo sobre a afetividade e a aprendizagem, podemos
perceber o quanto essas ideias são importantes de utilizar no meio escolar para
criar um clima menos inóspito e mais confortável. Ao ponto de influenciar no
âmbito escolar na pratica de uma educação não apenas de caráter mais integral
com o ser humano visto como pessoa completa nos seus aspectos biológicos,
afetivos, intelectuais e sociais, mas também tornando, ao mesmo tempo, o
ambiente escolar um espaço mais humanizado. No qual, a medida do possível, onde
há acolhimento continue havendo e onde não há acolhimento que passe a existir
para o ser humano, seja ele não apenas criança, mas também jovem e adulto. Acolhimentos,
por exemplo, com determinados momentos no meio escolar onde possa haver a
realização de uma roda de conversa com cada criança tendo a oportunidade
compartilhar seus sentimentos bem como os seus conhecimentos e as suas experiências.
Contudo,
apesar de ser bastante relevante a afetividade assim como qualquer outra
dimensão sozinha não é um elemento suficiente, mas quando inter-relacionada com
outras dimensões, sendo utilizada de maneira positiva e boa no âmbito
educacional pode contribuir sim para ajudar a resolver ou, pelo menos,
minimizar problemas de indisciplinas, desatenções, dificuldades de aprendizagem
e interações das crianças que acontecem no meio escolar.
Visando
desenvolver habilidades socioemocionais nas quais são promovidas pela teoria Walloniana,
tais como: empatia, autoregulação emocional e resolução de conflitos. Essas
habilidades socioemocionais podem ser manifestadas no âmbito escolar, por
exemplo, na interação social, através da construção de atividades
colaborativas, nas quais as crianças têm a oportunidade de interagir com os
colegas e compartilhar ideias; em jogos cooperativos, incentivando a cooperação
e respeito mútuo nessa interação; no estimulo a autonomia, proporcionando possibilidades
para que elas tomem decisões que se sintam mais à vontade para explorar e
descobrir algo por si mesmas; na motivação, acreditando na capacidade dos
alunos como algo essencial não apenas para estimular a autoestima, transmitir segurança,
mas também principalmente para que aprendam melhor.
Por
esses e outros motivos, podemos entender assim porque as valiosas ideias do
pensador Henri Wallon são tão importantes, pois contribuem não apenas em
explicar e resolver certas questões psicológicas, mas também sendo levadas em
consideração no âmbito educativo contribuem traduzindo-se em influenciar
positivamente na prática pedagógica; promover boas relações entre professores e
estudantes; compreender melhor a si mesma e as outras pessoas; realizar uma
educação de caráter integral; desenvolver habilidades socioemocionais; elevar a
qualidade do ensino e da aprendizagem; inspirar em buscar tornar o ambiente
escolar o mais humanizado possível.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO
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A paixão pelo o que você faz ao invés da necessidade de aprovação é a melhor motivação que você ter. (Antonio Gustavo)