quarta-feira, 23 de junho de 2021

AMAZÔNIA LEGAL E SEUS DESAFIOS AMBIENTAIS:


Amazônia legal também chamada de Amazônia Brasileira foi instituída pela lei nº 1.806/1953, durante o Governo Vargas, por meio de um órgão já extinto,  SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia). Quando a lei foi decretada, o intuito foi de promover o planejamento e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região.

Em 1966, pela Lei 5.173, acontece a extinção da SPVEA e  a criação da organização responsável até aos dias de hoje pelas iniciativas de promoção dessa região chamada de SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Curiosamente, a SUDAM funcionou até 2001, quando foi extinta e substituída pela ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia). Entretanto, em 2007, ocorre da ADA ser extinta e a SUDAM ser criada novamente.

Objetivando, alinhado ao interesse do governo na época, em atrair pessoas para o aumento da ocupação territorial, promovendo o povoamento na região e, sobretudo, promovendo a intensificação da atração de capital para implantação de projetos regionais, tais como exemplos de grandes projetos que foram criados e desenvolvidos na Amazônia Legal após a criação da SUDAM: o projeto Carajás, os projetos agropecuários, a Zona Franca de Manaus e as hidrelétricas, especialmente a de Tucuruí.

O conceito de Amazônia Legal foi instituído pelo governo brasileira como uma maneira de delimitar as regiões que acreditava, de certo modo, compartilharem historicamente dos mesmos desafios sociais, econômicos e políticos. Ao contrário do que a princípio normalmente algumas pessoas tendem a pensar ou imaginar, os limites da Amazônia Legal, apesar de em grande parte abranger onde a floresta amazônica manifesta-se em território brasileiro, foram definidos por um critério sociopolítico, inclusive se estendendo além do bioma da Amazônia, abrangendo também uma  pequena parte do cerrado e do pantanal.

Está presente em todos os estados da região norte: Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Tocantins. Na região centro-oeste no estado de Mato Grosso e na região nordeste em parte do estado do Maranhão. Representando, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro  de Geografia e Estatística), em 2021, uma média de um pouco menos de 60% do território brasileiro com cerca de 58,9%. 

É a região menos povoada do Brasil, mas que possui a maior quantidade de grupos indígenas.  Apresenta a maior floresta tropical do mundo: a floresta amazônica que possui a maior variedade de espécies vegetais e animais do mundo, ou seja, grande biodiversidade. Maior bacia hidrográfica. Numa área estratégica de relevância para o futuro econômico, social e cultural do Brasil.

O desenvolvimento sustentável dos estados que compõem a região é, atualmente, um dos seus principais desafios.  Tentando tornar viável conciliar não somente o desenvolvimento econômico com a melhoria das condições de vida da população, mas também agora com a preservação do meio ambiente.

Tendo em vista que o futuro das florestas brasileiras encontra-se ameaçado. Porque além da extração ilegal de madeira e das queimadas, há a agricultura, a pecuária e a urbanização acelerando e devastando a Amazônia. Chegando ao ponto da preservação e do cuidado com a natureza no que diz respeito ao combate a crimes como o desmatamento e as queimadas corresponder a uma preocupação a nível mundial.

Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mês de agosto de 2019 foi marcado com o maior número de queimadas na Amazônia nos últimos 9 anos. Mais recentemente o SAD (Sistema de Alerta do Desmatamento), ferramenta de monitoramente da Amazônia baseada em satélites desenvolvido pelo IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

Revelou os piores índices, por sua vez, do processo de desmatamento da Amazônia Legal desde 2012, pois no período de maio de 2021, em 1.125km², houve um aumento  do desmatamento da Amazônia Legal superior quando comparado ao mesmo período do ano de 2020, em 660km². Os estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso configurando-se como os três estados que mais desmatam a Amazônia Legal.

Não é difícil de entender, assim, porque o desenvolvimento sustentável corresponde a um dos principais desafios na Amazônia legal. Contribuindo, dentre outras coisas, para a preservação dos recursos naturais e para a diminuição das queimadas e dos desmatamentos. Na medida em que ameaça diversas espécies de plantas que correm o risco de extinção, sendo que muitas delas sequer foram descobertas pela ciência. Muitos animais que dependem da natureza em ameaça de extinção.

Além das árvores da floresta obviamente ser responsável pela produção de oxigênio e retirada das partículas de carbono do ar, as árvores da floresta também têm um papel fundamental na formação de chuvas em nosso país através do fenômeno dos rios voadores. O desmatamento da floresta amazônica provoca a diminuição das chuvas em outras regiões do brasil como, por exemplo, o desmatamento na Amazônia impacta negativamente na diminuição de chuvas no sudeste. Por causa da perda significativa da umidade da Massa Equatorial Continental.

Por esses e outros motivos, a Amazônia Legal certamente configura-se em uma área de extrema importância não só para estimular o desenvolvimento social e econômica almejado desde a sua criação até então, mas também, conforme observado na própria realidade, levar em consideração a inclusão da preocupação com a questão ambiental. Sendo importante não unicamente, mas principalmente para haver o desenvolvimento sustentável que é um dos seus principais desafios da atualidade.

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

sábado, 12 de junho de 2021

BIOMA DA CAATINGA

 


A caatinga é uma palavra de origem indígena que, em tupi-guarani, significa “mata branca”. Os primeiros habitantes da região a chamavam assim pelo fato de observarem que na estação seca a maioria das plantas perdem as suas folhas com exceção de algumas espécies como o juazeiro e outras palmeiras, predominando nos aspectos visuais da paisagem a aparência esbranquiçada dos troncos das árvores.

Do total dos 6 biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas) existentes ao longo do território brasileiro, a caatinga é o único domínio natural exclusivamente brasileiro situado no sertão nordestino, não estendendo a sua fronteira para outros países. Possuindo algumas características naturais que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta.

Ocupando em média um pouco mais de 10% do território nacional com área de 844.453 km² (IBGE, 2004), abrangendo principalmente na sua maior extensão grandes partes dos Estados pertencentes a região nordeste, tais como: Ceará, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Bahia, Sergipe. E, no sudeste, uma pequena porção ao norte do Estado de Minas Gerais.

A caatinga possui um clima tropical semiárido, caracterizado pelas temperaturas elevadas, secas prolongadas e chuvas irregulares, pois há longos períodos de estiagem, ou seja, sem chuvas. A umidade do ar é bastante baixa assim como a amplitude térmica, tendo em vista que as temperaturas se mantêm constantemente altas e as chuvas são muito escassas.

Referente ao solo é rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, devido a escassez de chuvas e a ação do intemperismo físico, nesse domínio normalmente se apresenta, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, um solo raso ou de pouca profundidade. Onde nas áreas próximas a leito de rios há a presença de solo fértil e em outras regiões há presença dos solos arenosos, solos pedregosos ou ainda rochas metamórficas. A remoção parcial ou total da cobertura vegetal da caatinga é algo que propicia a diminuição da cobertura dos solos, deixando-os expostos, ocasionando no crescente aumento da degradação do bioma.

Aspectos relacionados a hidrografia do bioma, revelam que a caatinga apresenta rios que são em sua maioria intermitentes ou temporários, ou seja, rios que correm apenas nos períodos das chuvas e que secam nos períodos de estação seca. O Rio perene, isto é, que apresenta água corrente o ano todo, como o mais conhecido, o rio São Francisco, certamente não são tão comuns. 

Sua cobertura vegetal de mata seca é composta por plantas xerófitas (gramíneas, arbustos e árvores de troncos retorcidos e espinhosos), caducifólias (com queda das folhas). Além  também do desenvolvimento de cactáceas (vegetações adaptadas a regiões com poucas chuvas). 

Quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água para o ambiente no processo de evapotranspiração, permitindo maior armazenamento interno de água pela planta. Funcionando isso, de certo modo, como um mecanismo natural de sobrevivência. Tal qual as plantas que possuem o mecanismo fisiológico do xeromorfismo em que há a produção de uma cera que reveste suas folhas que faz que percam menos água na transpiração. 

No geral, podemos afirmar, assim, que na caatinga predomina basicamente a vegetação com pouca folhas e adaptadas para os períodos de secas. São exemplos de espécies de flora típicas da Caatinga: Xique-xique, Umbuzeiro, Juazeiro, Carnaúba, Macambira, Mandacaru, dentre outros.

Em razão das suas características naturais, erradamente julgou-se por muito tempo que a caatinga era um bioma de pouca ou nenhuma biodiversidade. Entretanto, ao longo dos últimos anos pesquisas vêm cada vez mais desmentindo essas afirmações. Sua fauna não é tão conhecida como poderia ser, havendo diversas espécies de animais endêmicos, uma diversidade de seres vivos. Boa parte dos animais encontrados sendo composto por répteis como cobras e lagartos. São exemplos de espécies animais da Caatinga: Gato-do-mato, Tatu-bola, Veado-catingueiro, Onça-pintada, Gambá, Preá, Ararinha-azul, dentre outros.

Apesar de preocupar o fato da Caatinga se constituir atualmente no terceiro bioma mais devastado do brasil, ficando atrás apenas da Mata Atlântica e do Cerrado. Segundo o IBAMA praticamente metade da vegetação original do bioma já foi devastado. O que contribui para esse impacto negativo são práticas como o desmatamento, a expansão da fronteira agrícola e a utilização de suas árvores para a produção de lenha.

Portanto, é imprescindível haver o conhecimento do bioma da caatinga para buscarmos estimular o desenvolvimento da consciência ambiental assim como o desenvolvimento de ideias e ações visando o uso sustentável e a conservação da biodiversidade brasileira, no sentindo de compreender a importância de proteger esse bioma.


TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

quarta-feira, 9 de junho de 2021

ARARA-AZUL E A SUA IMPORTÂNCIA:


A arara-azul ou também conhecida de arara-azul grande é uma encantadora ave de plumagem com coloração predominantemente azul, possuindo uma pequena faixa amarela ao redor dos olhos e outra próxima da mandíbula. Podendo chegar a medir um  pouco mais de 1 metro de comprimento desde a cabeça até a ponta da cauda. É uma ave da família dos psitacídeos assim como periquitos, maritacas e araras.

Habita diferentes formações vegetais, tanto em ambientes florestais quanto em ambientes savânicos, além de outros, variando de região para região. Podendo ser encontrada no Brasil, Paraguai e Bolívia. No brasil a maior quantidade das populações dessa espécie, nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, vivem no bioma do Pantanal. Além de encontrar parcelas da sua população  distribuída em porções dos Estados de Goiás, Tocantins, Pará, Amapá, Maranhão, Bahia e Piauí.

Para conseguir se alimentar de frutos bastantes duros, a arara-azul possui o maior e mais forte bico de todos os psitacídeos, permitindo quebrar as sementes com facilidade. Diferentemente das outras araras, não costuma se alimentar apenas unicamente no topo de árvores, mas também, em bandos, no solo. 

Sendo a sua alimentação principalmente composta por sementes de palmeiras e frutos. Dentre algumas das palmeiras que servem de alimento para a arara-azul, podemos destacar: a babaçu, buriti e licuri. Removendo a casca fibrosa mais externa e saboreando o interior dos coquinhos. Ao mesmo tempo, possuindo papel ecológico fundamental na dispersão de sementes. Sua presença pode, muitas das vezes, se constituir em um indicador de saúde ambiental.

É uma ave de hábitos sociais que vive em bandos ou em pares, podendo ser avistadas principalmente em locais onde se alimentam ou onde dormem. Apresenta comportamento monogâmico, isto é, com a formação de casais que permanecem unidos, ao longo da vida, até mesmo fora da estação reprodutiva.

Referente a arara-azul existem três espécies mais conhecidas: arara-azul grande, arara azul de lear e a arara azul pequena. Sendo a arara azul pequena considerada extinta e as outras duas espécies havendo o risco de que entrem em extinção na natureza.

Especificamente a arara-azul grande aparece classificada na lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) como espécie vulnerável. Na medida em que isso é um reflexo negativo das situações complicadas que a espécie já passou gerando a sua diminuição. Decorrente, dentre outros fatores, da caça, do tráfico de animais, do desmatamento e da destruição de seu habitat  natural.

Muito embora, ações como, por exemplo, do Projeto Arara-Azul, a partir de 1990 em diante no pantanal, promovendo manejo de ninhos, instalação de ninhos artificiais, conservação da arara azul em seu habitat natural, educação ambiental. Permitiu positivamente proporcionar um aumento da quantidade dessas aves nos últimos anos.

Portanto, certamente é imprescindível haver ideias e ações nas sociedades, nos governos e nos indivíduos que estimulem a consciência ambiental, no sentido de compreender a importância da conservação da natureza assim como a importância da proteção da arara-azul.


TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

HOMEM INTELIGENTE

O homem inteligente sabe não apenas diferenciar opiniões de fatos, mas também sabe construir as suas opiniões baseadas em fatos e não os fat...