sexta-feira, 24 de julho de 2020

TEORIAS DEMOGRÁFICAS:


MALTHUSIANA: É uma teoria elaborada e defendida pelo economista inglês Thomas Robert Malthus, em 1798, na sua principal obra intitulada “ensaio sobre o princípio da população”. Num contexto em que seu país passava pelo período da 1ª Revolução Industrial, caracterizada pelo êxodo rural, desemprego e aumento populacional.
     Sendo a população mais pobre considerada a responsável pelo crescimento expressivo. Ele acreditava principalmente através dessa teoria que a população estava crescendo num ritmo muito mais superior que ao crescimento inferior observado da produção e oferta de alimentos.
     Na medida em que explicava o crescimento populacional acontecia numa progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32) e a produção de alimentos, por sua vez, numa progressão aritmética (1, 2, 4, 6, 8, 10). A partir dos seus cálculos e pensamentos ele previa um cenário alarmante de crise para a humanidade em que num determinado momento não haveria mais quantidade de alimentos suficientes disponíveis para suprir a necessidade de toda população, o que consequentemente provocaria fome, inanição, guerras, doenças, mortes, entre outros problemas.
    Diante disso, Thomas Malthus acreditava que a miséria constitui-se como um fator que favorece a mortalidade, portanto é algo que contribui para o controle populacional. Além disso, apontava como alternativas para combater o problema do crescimento populacional determinadas ideias antinatalistas que ficaram chamas de “controle moral”, principalmente aplicada aos mais pobres, consistindo na sujeição moral ao incentivar a abstinência sexual, aumento da idade média dos casamentos, buscando obter de resultado a diminuição no número de filhos. No entanto, os casais só deveriam procriar caso houvesse condições econômicas favoráveis para sustentar seus filhos. Malthus, por ser religioso só era unicamente contra a utilização de métodos contraceptivos. Dessa forma, Malthus entendia não gerar catástrofes previstas.
     Contudo, Malthus errou em suas previsões da teoria Malthusiana, porque a população não crescia conforme seus cálculos e pensamentos, ele não imaginava mudanças significativas tanto com as evoluções tecnológicas e científicas quanto com as mudanças que ocorreriam, tais como: a mecanização do campo, o desenvolvimento dos transgênicos, o uso, por exemplo, de pesticidas e fertilizantes que permitiram o aumento da produção de alimentos. E nem a emancipação das mulheres e a sua progressiva entrada no mercado de trabalho, reduzindo as taxas de natalidade e fecundidade. Influenciando, assim, em certamente apresentar novos cenários da dinâmica do crescimento populacional.

TEORIA NEOMALTHUSIANA: Essa teoria é defendida por países desenvolvidos, durante o final do século XIX e inicio do século XX, firmando-se após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função da explosão demográfica ocorrida nos países subdesenvolvidos.
     Os adeptos da teoria neomalthusiana geralmente associam a taxa de natalidade ao grau de desenvolvimento dos países, desse modo assim pode-se dizer que quanto menor a taxa de natalidade de um país mais desenvolvido ele é, ao mesmo tempo, em que quanto mais alta a taxa de natalidade de um país mais subdesenvolvido ele é. Para defender essa ideia usavam como exemplo países africanos.
     Acreditando na ideia de que o excesso de filhos é a causa da pobreza. Na medida em que o crescimento populacional influência tanto na diminuição da disponibilidade de capital a ser distribuída quanto em direcionar pesados recursos para saúde e educação dos jovens, comprometendo o investimento em setores que são considerados produtivos, por exemplo, setores indústrias e tecnológicos, para o crescimento do país. 
     Diante disso, há o incentivo a políticas anti-natalistas, visando o controle rígido e oficial da natalidade. Além de aparecer ideias relacionadas ao planejamento familiar, propagando-se imagens publicitárias com o modelo ideal de família formado pelos pais e um ou dois filhos apenas. Há apoio a métodos contraceptivos no neomalthusianismo. Um exemplo da aplicação dessa ideia é a “Política de Filho Único”, adotada durante décadas, na China, o governo chinês estimulando as famílias por casal a terem apenas um filho.
     Relacionando crescimento populacional com subdesenvolvimento e controle de crescimento a desenvolvimento.

REFORMISTA: Essa teoria ao invés de ser complementar, ela vai apresentar características que permitem afirmar que se contrapõe as anteriores. Tendo em vista que para a teoria reformista a superpopulação não é a causa da pobreza, mas é entendida como consequência da pobreza. Porque basicamente acredita-se que mais filhos podem ajudar mais na renda familiar, por isso que as famílias pobres apresentam-se normalmente mais numerosas. Além de não só ser uma consequência de ordem econômica, pobreza, mas também, ao mesmo tempo, de ordem social, pois falta instrução, acesso a educação.
     Diante disso, para os reformistas que tem como principais adeptos países subdesenvolvidos e pessoas identificadas com o posicionamento político e ideológico do marxismo que tem como influência principal o pensador Karl Marx, que afirmava que o problema central reside na desigualdade social. Nesse sentido, sendo os problemas causados pela má distribuição de renda e do acesso aos bens de consumo.
     São chamados reformistas assim, em grande parte, porque amplamente defendem reformas de caráter socioeconômico, defendendo reformas que possibilitem a melhoria do padrão de vida dos países subdesenvolvidos.  Melhorando, dentre outras coisas, assim, a qualidade de vida, o controle de natalidade tenderá com o tempo a passar a ser espontâneo pela população.

ECOMALTHUSIANA: uma teoria mais recente, desenvolvida após haver uma preocupação maior com a questão ambiental assim como com a propagação da consciência ambiental da importância da preservação dos recursos naturais, principalmente no final do século XX, na década de 90. Nessa teoria demográfica do ecomalthusianismo basicamente busca-se relacionar o crescimento populacional como o fator responsável pela ocorrência dos problemas ambientais, principalmente com a diminuição da disponibilidade e, possível escassez, da oferta de recursos naturais decorrente do desproporcional crescimento populacional.  Portanto, controlar o crescimento populacional é uma das formas de preservar a natureza. Independente dessa teoria esta certa ou errada, certamente precisamos repensar a relação sociedade e natureza, mudando para uma maneira mais sustentável a forma com que consumimos e utilizamos os recursos da natureza.

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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