quinta-feira, 29 de junho de 2023

(IN)VOLUNTÁRIO DA PÁTRIA


O que seria da nossa vida senão

A imperfeita coerência

Da síntese das sinestesias

Da louca emoção, da tola razão,

Atrofiando a essência

De singulares geografias?

O que seria desse Brasilzão,

País outro reconhecido

Ao invés de colonizado

Haveríamos de sermos vil,

De outra maneira que seja

Ao invés de escravizado?

Haveríamos de termos anos a mil

Frente a quem não reconheça

No corpo mutilado dos trópicos

Haver mais que pernas, braços,

Haver também valiosas cabeças?

Nossa riqueza, valor indecifrável,

Seria assim melhor do que foi

Até agora catalogado, pesquisado,

Encontrado, desenterrado...

Pois, quebraríamos

Com o arco do destino

Que permanecesse

Mirando sua flecha

Rumo à miragem

Do progresso infinito

Novos paraísos,

El Dourados fictícios?

O que seria se perdêssemos

De repente o chão

E não tivéssemos mais

Uma boba explicação

Lugar comum de ir e vim

Ou qualquer outra salvação

Capaz de encerrar com o medo

Do que, cedo ou tarde,

Teríamos perplexos de admitir

A vida prosseguida pelo avesso

Da direção de quem sempre quis

(In)voluntário da pátria ajudar-nos?

O que seria se não teríamos

Disponíveis o refúgio

De hipócritas pessoas

Com quem poderíamos

Narcisistas se confundir?

Negando do país famílias inteiras

Pais, mães, irmãos, filhos

Nascidos órfãos não só de sangue

Como também de espíritos?

 

POEMA: ANTONIO GUSTAVO

terça-feira, 27 de junho de 2023

ININTERRUPTOS SOLUÇAR DA DOR


Ininterruptos soluçar da dor...

De incoerentes séculos acumulados

Alimentando uma efemeridade interior

Provenientes de devaneios não ultrapassados.

 

Ininterruptos soluçar da dor...

Em algo novo me debruço

Mas, parece ser inútil tentar fazer o que for

Para tornar o mundo um lugar menos obscuro.

 

Ininterruptos soluçar da dor...

As lágrimas são como o meu sangue pulsando

Só não é refém disso o ator

Que vive bem fingindo o seu imenso pranto.

 

Ininterruptos soluçar da dor...

A valsa da despedida ainda não ensaio nem danço

Apesar de sabê-la tão bem compor

A repentina disritmia da sua dissonância não aclamo.

 

Ininterruptos soluçar da dor...

Sempre investigando algum motivo de luto

Ao fazer vivo o espinho e morta a flor

Camuflada armadilha manifestada em tudo.


POEMA: ANTONIO GUSTAVO

sábado, 17 de junho de 2023

QUEM SABE?

 


Quem sabe a princesa virou uma bruxa

E a querida madame uma rejeitada mendiga

Como uma fagulha de luz que no fim da rua

De tão distante e ofuscada não mais brilha.

 

Quem sabe o bem virou o mal

E a escuridão da noite em iluminado dia

A premissa inicial em sentença final

A benção necessária em esdrúxula heresia.

 

Quem sabe a solidão virou melhor companhia

Como avaliar o absurdo como algo normal

A eufórica alegria em monótona melancolia

O flerte experimental num sentimento fatal.

 

Quem sabe o divino se desviou

E o profano se converteu após idas e vindas

Quem acreditou não mais creu

Na derrota da morte e na vitória da vida.


POEMA: ANTONIO GUSTAVO


sexta-feira, 16 de junho de 2023

POUCOS QUEREM SER

 

Muitos querem viver em um mundo melhor, mas poucos querem ser uma pessoa melhor.

(Antonio Gustavo)

quinta-feira, 15 de junho de 2023

COMEÇA


Assim como uma árvore começa com uma semente. Uma ação começa com um pensamento. 

(Antonio Gustavo)

segunda-feira, 5 de junho de 2023

A PAZ

 

A paz que promove o mal é errada; a paz que promove o bem é correta.

(Antonio Gustavo) 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

INJUSTIÇA

O problema de ficarem livrando as pessoas erradas é ficarem condenando as pessoas certas.

(Antonio Gustavo)

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA CRIAÇÃO DO ESTADO DE CARAJÁS: CENTRALIDADE ECONÔMICA E POLÍTICA DE MARABÁ

  Para compreendermos melhor a influência não só da centralidade urbana que a cidade média de Marabá exerce hoje, polarizando na dimensão ...