quinta-feira, 5 de setembro de 2019

GUERRA NUCLEAR: AINDA PODE SER CONSIDERADA UMA DAS PRINCIPAIS AMEAÇA A HUMANIDADE?




As bombas nucleares podem ser basicamente entendidas como um dos tipos de explosivos mais potentes que existem no mundo. Na medida em que conseguem facilmente gerar grandes quantidades de energia de uma só vez a partir de quantidades relativamente pequenas de matéria.

Pela sua capacidade de destruição normalmente aparece associada a rumores de guerras, mortes e extermínio em massa. Suscitando não só sentimentos de medos em muitas pessoas ao longo do mundo, mas também experiências traumatizantes assim como dolorosas memórias compartilhadas pela população pertencente ao país que sofreu com o impacto do seu uso.

Como, por exemplo, o Japão que no fim da 2ª Guerra Mundial, em meados de 1945, o EUA (Estados Unidos da America) o atacou, lançando uma bomba atômica na cidade de Hiroshima e, logo após, uma outra bomba atômica na cidade de Nagasaki, causando muitas mortes com a explosão das bombas que ficaram enormemente conhecidas no mundo como: "Bombas de Hiroshima e Nagasaki".

Segundo dados fornecido pelo instituto nito-americano RERF (Radiation Effects Research Foundation) referente a quantidade de mortes humanas provocadas pelas "Bombas de Hiroshima e Nagasaki" no Japão. Podem ter chegado a causar aproximadamente em Hiroshima 80 mil mortes e em Nagasaki até 140 mil mortes. Condenando a morte, assim, mais de 200 mil civis nessas cidades japonesas.

Posteriormente a esse assombroso acontecimento histórico o mundo começou a despertar maior atenção para essa questão, percebendo de outra maneira e a refletir melhor, questionando, dentre outras coisas, a acerca da real necessidade de uso de bombas atômicas. Tendo em vista a ameaça que seria o uso dessas bombas, evitando de acontecer algo parecido em algum outro lugar do mundo, ou seja, uma nova espécie de "Bombas de Hiroshima e Nagasáki".

Pois, no decorrer de apenas algumas décadas seguintes com as evoluções tecnológicas e científicas a humanidade só veio a ampliar ainda mais o seu poder de destruição através da produção de novas bombas nucleares, incomparavelmente mais destrutivas que as "Bombas de Hiroshima e Nagasaki". Haja vista que ainda, em 1961, a União Soviética já tinha produzido e testado, numa demonstração de poder bélico, uma das mais potentes armas nucleares da época, a "Tsar Bomba", que só a sua força de destruição equivalia em média a mais de 3.000 bombas de Hiroshima. Essas e outras poderosas bombas foram principalmente produzidas ao longo do período da corrida armamentista (1945-1991), marcado por embates entre Estados Unidos e União Soviética. Onde vivia-se na humanidade a tensão de, a qualquer momento, presenciar o início de uma guerra nuclear.

Acontecimentos reais do uso das bombas como de Hiroshima e Nagasaki além de potenciais como da Corrida Armamentista, resultaram em profundas transformações culturais e políticas no mundo. Uma vez que já na década de 60 em diante verificamos, por exemplo, tanto o surgimento na sociedade de uma diversidade de movimentos sociais, contra-culturais, pacifistas contrários ao uso de bombas nucleares quanto o surgimento por parte de determinados governos mundiais da criação de tratados envolvendo centenas de países.

Desde o Tratado de Interdição parcial de Ensaios Nucleares, em 1963, aparecendo como uma proposta ainda tímida frente aos problemas reais, passando pelo "Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", em 1968, que levou os países a se comprometerem no uso pacífico assim como evitar a proliferação dessas armas no mundo, visando a longo prazo atingir a meta de desarmamento total. Até no final do século XX, em 1996, com o "Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares" objetivando tentar proibir qualquer teste com armas nucleares.

Sendo assim, o conjunto de esforços, declarações e tratados realizados ao longo do tempo em função de evitar não só a produção ou o uso dessas bombas nucleares, mas também sobretudo de evitar acontecer guerras nucleares, não foram absolutamente em vão, porém precisa-se, na realidade, de mais ação nessa questão. Afinal, muitas das metas estabelecidas, por exemplo, a do desarmamento total que remonta ao final da década de 60 assim como da meta de proibir qualquer teste com armas nucleares do final do século XX, não foram cumpridas.

Além disso, entramos no século XXI com vários países no mundo ainda mantendo o interesse em desenvolver armamentos nucleares para se fortalecerem política e militarmente. O que é pior de constatar, assim, é o fato de que hoje a ameaça do início de uma guerra nuclear não pode partir exclusivamente dos EUA (que foi o único país até o momento a fazer uso de bombas nucleares para atacar um outro país) ou da Russia (que durante a corrida armamentista ameaçava fazer uso desses armamentos), mas, na verdade, pode partir de diversos outros países no mundo. Como verificado, por exemplo, nas trocas de ameaças entre EUA e Coreia do Norte.

Muito embora passasse, em 2018, a haver avanços nas negociações, onde ambos os Presidentes cessaram com as ameaças. De um lado, o presidente americano Donald Trump fornecendo garantias de segurança a Coreia do Norte desde que o regime coreano realizasse a desnuclealização da região, de outro lado o Presidente coreano Kim Jong-un aceitando encerrar com o uso de seus armamentos nucleares em testes. As promessas feitas por ambos os lados foram, de certo modo, mais percebidas como formais e vagas, o que leva a supor que nem um nem outro está disposto, na pratica, a abrir mão das suas respectivas vantagens. Esquecendo-se de lembrar que só as ações é que realmente são capazes de dá sentido as nossas palavras.

Nesse contexto, onde o uso das bombas nucleares permanecem sendo sim uma grande ameaça a existência da humanidade, podendo desencadear uma 3ª guerra mundial que levaria a morte a milhares de pessoas, ocasionando crises econômicas, escassez de alimentos e amplamente impactando o meio ambiente com a morte de animais, vegetações e até alterando o clima do Planeta Terra. É necessário que os países, no geral, cumpram com as suas promessas feitos nos tratados a respeito das bombas nucleares, buscando evitar o seu uso para o mal, buscando resolver suas questões de maneira diplomática e buscando zelar por manter a paz mundial.

Pois, mesmo apesar das suas acirradas diferenças políticas e ideológicas ou mesmo apesar dos seus possíveis conflitos que os líderes políticos ou pessoas de influência envolvidas nessas decisões possam não perder o bom senso de lembrar de coisas tão simples, porém tão valiosas para a vida como slogans oriundos da década de 60 que transmitem a força de mensagens que inspiram o bem a humanidade: "Faça Amor, Não Faça Guerra", "Paz e Amor".

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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