O lixo eletrônico ou tecnológico também conhecido pela sigla RAEE (Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos) como o próprio nome, de um modo ou de outro, sugere, corresponde a todo lixo que é basicamente proveniente de materiais eletrônicos. Tais como: computadores, monitores, teclados, impressoras, aparelhos de som, rádios, geladeira, fogão, televisores, telefones, celulares, baterias, fios, dentre outros.
De acordo com os
resultados apresentados através de um relatório divulgado durante o WEF (Fórum
Econômico Mundial), em 2019, revela-se que, de todos os tipos de lixos
existentes, o lixo eletrônico é o que mais cresce de forma rápida no mundo.
Indicando os dados que a cada ano são gerados em média mais de 50 milhões de
toneladas de lixo eletrônico no mundo.
Para ser mais exato de
acordo com o Global E-waste Monitor 2020 das Nações Unidas, em 2019, houve um
recorde de 53,6 milhões de toneladas no mundo. Equivalendo a um aumento
assustador de 21% verificados num período de 5 anos. Projetando uma dimensão
desse crescimento o presidente da Associação
Internacional de Resíduos Sólidos, Antonis Mavropoulos, afirmou: "Nos
últimos cinco anos, a quantidade de lixo eletrônico cresceu três vezes mais
rapidamente do que a população mundial”.
Esse aumento excessivo de
produção lixo eletrônico pode estar associado, dentre outras coisas,
principalmente a três fatores: ao contexto do advento do fenômeno da
globalização; aos diversos avanços tecnológicos no mundo moderno provocados
pela revolução do meio técnico científico informacional, facilitando o acesso, expandindo
o consumo de equipamentos eletrônicos e resultando na conseqüente elevação da
produção de lixo eletrônico; e a falta de difusão maior da consciência
ambiental e valores éticos com ações visando à sustentabilidade ou com a
possível consolidação de outros modelos econômicos mais sustentáveis.
O que mais preocupa,
ainda, é saber que de todo essa enorme quantidade de lixo eletrônico produzido,
em 2019, segundo Global E-waste Monitor 2020, apenas menos de 18%, em média
17,4%, obtiveram destinos adequados, ou seja, foram coletados e reciclados.
Algo certamente
preocupante, pois o lixo eletrônico traz sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente,
contém substâncias tóxicas, poluentes e perigosas. Por um lado, seu
gerenciamento correto pode positivamente proporcionar a redução dos efeitos
negativos do aquecimento global e evitar outros problemas de ordem
socioambiental.
Por outro lado, se
continuar a se ignorar essa questão, não levando em consideração o
gerenciamento do lixo eletrônico a tendência é de intensificar problemas a vida
humana e ao meio ambiente, decorrente não só de prejudicar os seres vivos com o
aumento da emissão na atmosfera de gases poluentes como, por exemplo, CO2, mas
também potencializar os danos causados ao meio ambiente com o aquecimento
global e as mudanças climáticas.
O relatório divulgado pela
Global E-waste Monitor 2020 que contou com a participação da ONU (Organização
das Nações Unidas) constata que a China (1º lugar), os Estados Unidos (2º
lugar) e a Índia (3º lugar), em 2019, foram os três principais países responsáveis
pela maior produção de lixo eletrônico do mundo.
Contudo, especificamente o
Brasil em relação a esse cenário da questão de produção de lixo eletrônico é
um país que, no geral, também no momento, infelizmente, está longe de apresentar,
na realidade, ações significativas que leve em consideração tanto os valores éticos
quanto ações fortes que visem à sustentabilidade.
Constituindo-se no Brasil se
configurar, em 2019, no país que lidera como maior produtor de lixo eletrônico
da América Latina. E, em relação ao ranking geral, ocupando o 7º lugar, ficando
apenas atrás da China, Estados Unidos, Índia, Japão, Alemanha e Reino Unido.
Por essas e outras razões,
podemos concluir que se demanda urgentemente a nível global mais atenção para despertar
a consciência ambiental no que diz respeito a essa questão do crescimento do
lixo eletrônico, além de um conjunto de esforços maiores no sentido de garantir
que a produção, o consumo, a coleta, a reciclagem e o descarte aconteçam de
maneiras mais sustentáveis e inteligentes.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO