Hotspot é um termo em inglês que traduzido para o idioma da língua portuguesa literalmente significa “ponto quente”. Diz respeito a um conceito ambiental elaborado pelo cientista inglês, Norman Myers, durante o final da década de 80. Até os dias de hoje ainda é um conceito pouco conhecido.
Hotspot basicamente refere-se a determinadas regiões identificadas ao longo do mundo que possuem como características principais em comum o fato de serem áreas com elevada riqueza natural. Apresentando uma expressiva biodiversidade, sobretudo através do seu endemismo, ou seja, o desenvolvimento de espécies pertencentes as plantas originárias da área, no sentido de que só são, de certo modo, encontradas na própria região e possuem a presença no mínimo de, pelo menos, 1.500 espécies endêmicas.
Além disso, corresponde as áreas que, ao mesmo tempo, já perderam em média três quarto (3/4) da sua vegetação natural, por outras palavras, são áreas nas quais 75% da vegetação original já foram destruídas. Evidenciando áreas onde há existência de um conjunto de importantes elementos naturais que se encontram extremamente em risco de extinção. Sendo assim, pode-se simplesmente afirmar, então, que dois fatores são levados em consideração no critério de escolha de um Hotspot: a existência de espécies endêmicas e a enorme destruição da vegetação original do ambiente.
Com base no trabalho de pesquisa realizado pelo cientista Myers, aplicando esse seu conceito ambiental na realidade com o objetivo de delimitar áreas de conservação ambiental prioritárias, foram identificados inicialmente um total de 10 hotspots ao longo do mundo. Posteriormente com o desenvolvimento de outras pesquisas realizadas, desta vez, pelo cientista Russell Mittermeier e com a colaboração de outros pesquisadores, a quantidade de áreas consideradas hotspots ampliou, na década de 90 para 25 hotspots e mais recentemente, durante o século XXI, essa quantidade aumentou, segundo a ONG Conservation Internacional, para mais de 30 áreas classificadas. A quantidade de hotspots está em permanente mudança e a tendência, com o decorrer do tempo, é aumentar a quantidade de áreas classificadas.
Especificamente no subcontinente da América do Sul existem até o momento um total de 5 áreas (Andes Tropicais, Florestas Valdivias, Tumbes-Choco-Magdalena, Cerrado e Mata Atlântica), consideradas hotspots, sendo que duas delas são encontradas no domínio natural do Brasil: Cerrado e Mata Atlântica.
Não é tão difícil de entender porque ambos são classificados como hotspots, tendo em vista que o Cerrado, situado, em grande parte, na região central do território brasileiro, é o domínio natural brasileiro mais ameaçado, onde há a ocorrência de maiores taxas de desmatamento, possuindo um pouco mais de 20% da sua vegetação original assim como se destacando por possuir mais de 4 mil espécies de plantas endêmicas. E a Mata Atlântica localizada, em grande parte, ao longo do litoral do território brasileiro, já foi a 2ª maior floresta tropical do mundo, possuindo uma exuberante biodiversidade, numa média de cerca de 8 mil plantas endêmicas, porém apresenta hoje apenas em torno de 7% da vegetação original e é o domínio natural brasileiro mais devastado de todos.
O estudo dos hotspots, assim, é muito importante porque por meio dele podemos estimular o desenvolvimento da consciência ambiental e obter conhecimentos essenciais a respeito de como se encontra a situação ambiental em diferentes regiões do mundo. Na medida em que o uso desse conceito ambiental permite identificar tanto quais são aquelas áreas de expressiva biodiversidade que estão ameaçadas de extinção, principalmente em função da expansão das atividades humanas causando poluições, queimadas, desmatamentos, mudanças climáticas, destruição de habitats, extinção de espécies animais e vegetais quanto o estudo dos hotspots também ainda possibilita saber, desse modo, quais são aquelas áreas que precisam mais urgentemente ser conservadas. Incentivando a busca pela proteção e valorização da natureza.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO
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