sexta-feira, 20 de setembro de 2019

ASTRONOMIA, CONHECIMENTOS E CURIOSIDADES:



A astronomia é uma das ciências mais antigas da humanidade que remonta até ao período pré-histórico e apesar de ter na origem da sua palavra, em grego, uma das interpretações possíveis do significado como "lei das estrelas", sabemos que seu estudo é bastante amplo, já que trata de estudar as posições, constituições e movimentos dos corpos celestes.

Nesse sentido, logicamente indo além dos estudos propriamente dito das estrelas, envolvendo cometas, planetas, sistemas solares, galáxias, missões espaciais e descobertas no universo. Aproximando-se, dessa maneira, mais da interpretação que associa o significado da palavra astronomia com o estudo das "lei dos astros", preocupando-se em conhecer e explicar a origem, evolução, composição, classificação e dinâmica dos corpos celestes.

Por vezes, sendo equivocadamente confundida com a astrologia, essa última considerada uma pseudociência, no geral, pelas concepções e parâmetros de ciência hoje predominantes, invalidada ao passo de se basear na crença de que os astros celestes podem ter relação com os diferentes tipos de personalidades humanas e os acontecimentos na vida das pessoas.

Imaginemos agora a astronomia, inicialmente, quando não haviam bússolas, GPS e outros meios tecnológicos sofisticados de localização e orientação disponíveis ao ser humano, as pessoas se baseavam em conhecimentos astronômicos através de fenômenos que poderiam ser vistos somente a olho nu no céu.


Não só os astros assumiam, nesse momento, importância tal ao ponto de alguns serem incorporados na cultura de diferentes povos e serem percebidos como divindades. Mas, também pela observação dos movimentos e comportamentos dos corpos celestes conseguiam obter respostas para algumas perguntas elementares, porém fundamentais para o desenvolvimento da ciência astronômica: como se localizar? como contar o tempo?

Orientando-se pelas diferentes constelações que, por exemplo, navegadores identificavam onde ficava norte, sul, leste e oeste. E os povos antigos, de certo modo, guiados pelo sol ou pela lua, desenvolviam calendários, como o calendário solar e o calendário lunar, distinguindo estações. 

Contribuindo, além disso, na prática de atividades tradicionais para reprodução de vida, tais como: a agricultura e a pesca, levando em consideração o fato de que, respectivamente, permitia prever períodos mais favoráveis de colheitas e plantio e identificar períodos correspondentes as secas e cheias, neste último caso podemos mencionar as fases das luas determinando os ciclos das marés.

Não podemos perder de vista a significava contribuição da astronomia, desde lá no contexto da Grécia antiga em que a filosofia permitia um diálogo mais próximo entre as diferentes áreas do conhecimento. Teremos exemplos como o do pensador Eratosthenes  (n.c. 276 a.C. - m.c. 196 a.C.), geógrafo, astrônomo, matemático e poeta que na sua época ficou responsável pelo maior acervo de conhecimento humano quando tornou-se bibliotecário-chefe da Biblioteca de Alexandria. Infelizmente, com o trágico incêndio que destruiu a biblioteca de Alexandria, só restaram poucas citações de seu trabalho. 

Onde a humanidade ainda vivia desprovida de tecnologias e muito apegada a crenças em mitos que somente posteriormente foram superados, como o fato de considerarem a terra perfeitamente redonda. Eratosthenes foi o primeiro a medir o diâmetro da Terra e conseguiu desenvolver o cálculo da circunferência da Terra com pouquíssimo erro contido para época, menos de 5% em relação a verdadeira medição.

Porém, verificamos que, ao mesmo tempo, temos o combate e o reforço de alguns mitos por parte até próprios astrônomos e filósofos como o do sistema geocêntrico, defendido, dentre outros, por Ptolomeu (90 d.C -168 d.C) que criou o modelo geocêntrico e Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) que acreditava nessa ideia. O geocentrismo perdurou como referência por mais de mil anos, nesse sistema corretamente se dizia que a Terra era esférica, porém erradamente se dizia que a Terra estaria parada no centro do Universo, enquanto os demais corpos celestes orbitavam ao seu redor. 

Entretanto, foi realizando muitos estudos na já citada biblioteca de Alexandria que um determinado pensador bastante desconhecido, astrônomo, chamado de Aristarco de Samos (310.a.c. – 230 a.c.) foi o primeiro, na realidade, a romper com essa visão de mundo. 

Ao apresentar determinados estudos e passar a desenvolver, quase 2.000 anos antes de Nicolau Copérnico (1473-1543), uma proposta em alguns aspectos parecida com o que posteriormente vai ficar conhecido como modelo heliocêntrico, isto é, a ideia de que basicamente a Terra gira em torno do sol e possui movimento de rotação que corresponde a alternância entre dias e noites decorrentes do movimento que a Terra realiza sobre seu próprio eixo. 

Contudo, ficou mesmo popular o modelo cosmológico do heliocentrismo, ou seja, do planeta terra e uma diversidade de demais planetas (quentes, frios, rochosos, gasosos, grandes ou pequenos) girando em torno do sol, pelo Copérnico através do seu livro "Da revolução de esferas celestes". Curiosamente publicado após sua morte, pois dentre algumas razões e motivos possíveis, sabia que a igreja católica poderia perseguir e ameaçar sua vida assim como fazia com outros pensadores.  Ainda assim, não evitou seu livro de ser incluso na lista de livros proibidos pela igreja.

Mas, porque, então, ele ficou com os méritos? podemos afirmar: 1º criação do modelo cosmológico do heliocentrismo; 2º porque no seu livro continha as informações astronômicas repletas de detalhes, sendo o primeiro, por exemplo, a conseguir, com razoável grau de precisão, medir as distâncias dos planetas com relação ao Sol; 3º por propor um novo conjunto de problemas que passa a despertar o interesse de muitos astrônomos; 4º porque Copérnico se popularizou por se envolver, sobretudo em polêmicas ao confrontar os dogmas e autoridades das igrejas, cujas quais, na época, limitavam bastante o acesso ao conhecimento. Não permitindo o avanço do conhecimento científico e, muito menos, a divulgação de determinas descobertas científicas. 

Sendo assim, foi um verdadeiro impacto para a sociedade, de modo geral, tendo em vista que marca a maneira moderna de ver o homem, a natureza e sua relação com o universo, em grande parte, pautada agora na observação e experiência. 

Nesse sentido, cientistas e astrônomos como Galileu Galilei, Johannes Kepler, Isaac Newton foram responsáveis por aperfeiçoar esse modelo no qual é, atualmente, o mais aceito pela comunidade científica. Tendo a Igreja Católica, por outro lado, admitido esse modelo muito tardiamente, em 1822.

Importante percebermos, por fim, que desde a antiguidade até a modernidade, apesar de constatarmos avanços significativos ocorridos no campo do conhecimento, na tecnologia, na ciência e na informação, revelando as belezas e os mistérios do universo
. Ao mesmo tempo, auxiliando o ser humano não só a se localizar e orientar no espaço como também a fornecer melhores condições de observar e se lançar no espaço em missões espaciais, descobrindo novos planetas, cometas, galáxias e constelações.

Ainda assim, existem determinadas interrogações que permanecem, no decorrer do tempo, mais do que nunca atuais, desafiando astrônomos e cientistas, tais como: Qual o tamanho do universo? como ele se formou? como chegou até aqui? existe vida fora da terra? Perguntas estas que para o conhecimento científico e astronômico prosseguem sem respostas definitivas e absolutas, mas que suas hipóteses e suposições são capazes de promover tanto a reflexão humana quanto deslocar para uma situação menos dogmática inúmeras maneiras limitadas de ver e compreender o mundo e o sentido até da própria existência.

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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FILOSOFIA

A filosofia antes de nos levar a algum lugar, ela principalmente nos leva a nós mesmos. (Antonio Gustavo)