Enquanto o Brasil e o mundo neste momento estão
em alerta preocupado com a queimada e o desmatamento que ocorrem na Amazônia. O bioma do Cerrado, por sua vez, segundo (2º) maior bioma brasileiro, também
conhecido como a “savana brasileira". Já se constitui, apesar do bioma da Mata Atlântica ser o mais devastado, como um dos biomas mais ameaçado do Brasil.
Algo que realmente preocupa devido tanto a enorme
importância que esse bioma brasileiro, localizado não somente, mas em grande parte da região centro-oeste, naturalmente possui, quanto também em
relação aos impactos socioambientais. Na
medida em que a intensificação dos danos causados ao bioma pode prejudicar não só
o próprio bioma, mas também certamente a sociedade. Afetando, dentre outras coisas, a
disponibilidade de água assim como a regulação do clima.
Afinal, em relação a disponibilidade de água,
o cerrado é considerado “berço das águas” no Brasil, englobando oito das doze bacias hidrográficas do país,
abrigando nascentes e fontes de importantes rios. Contribuindo, assim, para o
abastecimento e fornecimento de água. Além disso, em relação as mudanças climáticas, há evidências que indicam
que mudanças no ambiente do bioma implicam em alteração no regime de chuvas e
de produção de alimentos.
Não podemos esquecer de mencionar que o cerrado ainda ao
lado da Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros considerados Hotspot, ou seja, área com elevada riqueza natural que
já perdeu em média três quarto (3/4) da sua vegetação natural. Possuindo expressiva
biodiversidade, quantidade e variedade de espécies de fauna e flora, inclusive,
endêmicas.
Em função de ser a região
onde mais se concentra e expande a atividade econômica do agronegócio
brasileiro, sobretudo com a cultura de soja, milho e a cana-de-açúcar, além principalmente
da criação bovina. Observamos de forma desordenada e acelerada a paisagem do seu
espaço natural sofrer forte descaracterização, passando a ser transformado em
amplas áreas de pastagens e áreas agrícolas. Restando atualmente menos de 20% da cobertura vegetal original e possuindo espécies da fauna e flora típicas do bioma em ameaça de extinção.
Estudo realizado pelo IPAM
(Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) evidencia que, de 2000 a 2015, enquanto,
de um lado, o Cerrado perdeu em média 236 mil km², de outro lado, a Amazônia perdeu
208 mil km². Isso significa basicamente dizer que durante esse
período de 15 anos o desmatamento no Cerrado foi superior que ao ocorrido na
Amazônia. Não bastasse isso, ainda segundo o IPAM, cerrado é o bioma brasileiro que possui a menor porcentagem de áreas protegidas.
Apesar de o cerrado ser a região, ao mesmo tempo, de maior produção agrícola e pecuária do país. Decorrente
desse cenário atual apresentado, ou seja, de expansão das atividades humanas e da
intensa devastação a qual o cerrado foi submetido, é necessário haver, de fato,
dedicação e esforços maiores, no que diz respeito a proporcionar proteção e reconhecer o valor desse bioma. Buscando viabilizar, assim, a sua preservação ambiental,
contribuindo com a natureza, a sociedade e as gerações futuras.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO
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