As
ilhas de calor podem ser consideradas uma espécie de microclimas urbanos que, ao contrário de
outros fenômenos climáticos, corresponde a um fenômeno que não só sua origem,
mas também sua ocorrência, está diretamente relacionado à ação antrópica, ou
seja, às atividades humanas e certamente se caracteriza como um fator que
favorece na baixa da qualidade de vida urbana assim como num reflexo da degradação
ambiental urbana.
Pois,
a expressão de sua manifestação é principalmente percebida pela identificação
da alta taxa de elevação da temperatura do ar e da superfície concentrada em
determinadas áreas dos centros urbanos de grandes cidades. Gerando com o
aumento da temperatura desconforto térmico e implicando com aumento de gases
tóxicos em doenças respiratórias na população urbana.
Basicamente
podendo se perceber de modo mais evidente a ocorrência desse fenômeno
climático das ilhas de calor quando se compara e diferencia a média de
temperatura presente no centro das grandes cidades, local onde pode haver a
presença do fenômeno de ilhas de calor, acima da média de temperatura típica
das partes mais periféricas e menos urbanizadas da cidade, podendo oscilar a
temperatura numa diferença provavelmente de 2C, 3C a 4C.
Ou,
sobretudo, quando se compara e diferencia com as áreas rurais, local onde não
há a presença do fenômeno das ilhas de calor, às diferenças de temperaturas
constatadas, sem dúvida, chegam a ser bastantes extremas, podendo provavelmente
alcançar a média de 5C, 8C e até mesmo mais de 10 C de temperatura.
Tendo
em vista que um dos principais fatores, em grande parte, responsável por
permitir essa variação e diferenciação de temperatura observadas nos centros
urbanos com relação ao campo consiste no fato de que nas áreas rurais, naturalmente
há mais presença de cobertura vegetal (plantas, árvores, flores), aumentando a
umidade do ar e diminuindo as temperaturas do ambiente.
Enquanto
que nos centros urbanos normalmente a presença de áreas verdes faz-se de forma
mais escassa, ao mesmo tempo, em que a concentração de elementos urbanos (concreto,
asfalto, casas, prédios, edifícios e outras construções) é algo tão comum, estimulando
a produção de microclimas urbanos, onde há maior absorção do calor e a alta taxa
de emissão de gases tóxicos provenientes de automóveis, motocicletas, indústrias, dentre
outros, potencializando o impacto das ilhas de calor.
No
Brasil, por exemplo, as ilhas de calor podem ser mais facilmente identificadas
ao longo de áreas situadas em grandes centros urbanos das cidades de São Paulo e
Rio de Janeiro. Em função de obviamente corresponder às áreas de predominância
de um conjunto de elementos urbanos e ações humanas que geram e agravam esse
fenômeno climático.
No
entanto, não podemos deixar de destacar que as ilhas de calor podem ser
fenômenos, de certo modo, considerados relativos, uma vez que devido as
diferentes complexidades climáticas existentes no mundo assim como aos diversos
fatores relacionados a dinâmica de origem e ocorrência desses microclimas
urbanos não se explicam exatamente como igual em uma cidade e outra.
Diante
desse problema, faz-se necessário, dentre outras coisas, que a população desenvolva a consciência ambiental e os governantes e
planejadores urbanos repensem os modelos atuais de crescimento das cidades e a
lógica de reprodução espacial urbana vigente, passando a levar em consideração o
fator ambiental como um critério importante, indicando a qualidade de vida da
população assim como a qualidade ambiental das cidades.
Buscando,
nesse sentido, melhores alternativas e possíveis soluções para combater as
ilhas de calor, por exemplo, não subestimando os benefícios que a arborização
urbana, ou seja, espaços urbanos com a presença de áreas verdes (parques
ambientais, praças, ruas, avenidas arborizadas) podem proporcionar. Conseguindo
não só especificamente reduzir com os efeitos negativos provocados pelas ilhas
de calor, mas também contribuindo com o bem estar da população e a elevação da
qualidade ambiental das cidades.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO
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