sábado, 12 de junho de 2021

BIOMA DA CAATINGA

 


A caatinga é uma palavra de origem indígena que, em tupi-guarani, significa “mata branca”. Os primeiros habitantes da região a chamavam assim pelo fato de observarem que na estação seca a maioria das plantas perdem as suas folhas com exceção de algumas espécies como o juazeiro e outras palmeiras, predominando nos aspectos visuais da paisagem a aparência esbranquiçada dos troncos das árvores.

Do total dos 6 biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas) existentes ao longo do território brasileiro, a caatinga é o único domínio natural exclusivamente brasileiro situado no sertão nordestino, não estendendo a sua fronteira para outros países. Possuindo algumas características naturais que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta.

Ocupando em média um pouco mais de 10% do território nacional com área de 844.453 km² (IBGE, 2004), abrangendo principalmente na sua maior extensão grandes partes dos Estados pertencentes a região nordeste, tais como: Ceará, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Bahia, Sergipe. E, no sudeste, uma pequena porção ao norte do Estado de Minas Gerais.

A caatinga possui um clima tropical semiárido, caracterizado pelas temperaturas elevadas, secas prolongadas e chuvas irregulares, pois há longos períodos de estiagem, ou seja, sem chuvas. A umidade do ar é bastante baixa assim como a amplitude térmica, tendo em vista que as temperaturas se mantêm constantemente altas e as chuvas são muito escassas.

Referente ao solo é rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, devido a escassez de chuvas e a ação do intemperismo físico, nesse domínio normalmente se apresenta, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, um solo raso ou de pouca profundidade. Onde nas áreas próximas a leito de rios há a presença de solo fértil e em outras regiões há presença dos solos arenosos, solos pedregosos ou ainda rochas metamórficas. A remoção parcial ou total da cobertura vegetal da caatinga é algo que propicia a diminuição da cobertura dos solos, deixando-os expostos, ocasionando no crescente aumento da degradação do bioma.

Aspectos relacionados a hidrografia do bioma, revelam que a caatinga apresenta rios que são em sua maioria intermitentes ou temporários, ou seja, rios que correm apenas nos períodos das chuvas e que secam nos períodos de estação seca. O Rio perene, isto é, que apresenta água corrente o ano todo, como o mais conhecido, o rio São Francisco, certamente não são tão comuns. 

Sua cobertura vegetal de mata seca é composta por plantas xerófitas (gramíneas, arbustos e árvores de troncos retorcidos e espinhosos), caducifólias (com queda das folhas). Além  também do desenvolvimento de cactáceas (vegetações adaptadas a regiões com poucas chuvas). 

Quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água para o ambiente no processo de evapotranspiração, permitindo maior armazenamento interno de água pela planta. Funcionando isso, de certo modo, como um mecanismo natural de sobrevivência. Tal qual as plantas que possuem o mecanismo fisiológico do xeromorfismo em que há a produção de uma cera que reveste suas folhas que faz que percam menos água na transpiração. 

No geral, podemos afirmar, assim, que na caatinga predomina basicamente a vegetação com pouca folhas e adaptadas para os períodos de secas. São exemplos de espécies de flora típicas da Caatinga: Xique-xique, Umbuzeiro, Juazeiro, Carnaúba, Macambira, Mandacaru, dentre outros.

Em razão das suas características naturais, erradamente julgou-se por muito tempo que a caatinga era um bioma de pouca ou nenhuma biodiversidade. Entretanto, ao longo dos últimos anos pesquisas vêm cada vez mais desmentindo essas afirmações. Sua fauna não é tão conhecida como poderia ser, havendo diversas espécies de animais endêmicos, uma diversidade de seres vivos. Boa parte dos animais encontrados sendo composto por répteis como cobras e lagartos. São exemplos de espécies animais da Caatinga: Gato-do-mato, Tatu-bola, Veado-catingueiro, Onça-pintada, Gambá, Preá, Ararinha-azul, dentre outros.

Apesar de preocupar o fato da Caatinga se constituir atualmente no terceiro bioma mais devastado do brasil, ficando atrás apenas da Mata Atlântica e do Cerrado. Segundo o IBAMA praticamente metade da vegetação original do bioma já foi devastado. O que contribui para esse impacto negativo são práticas como o desmatamento, a expansão da fronteira agrícola e a utilização de suas árvores para a produção de lenha.

Portanto, é imprescindível haver o conhecimento do bioma da caatinga para buscarmos estimular o desenvolvimento da consciência ambiental assim como o desenvolvimento de ideias e ações visando o uso sustentável e a conservação da biodiversidade brasileira, no sentindo de compreender a importância de proteger esse bioma.


TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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