A caatinga é uma palavra de origem indígena que, em tupi-guarani, significa “mata branca”.
Os primeiros habitantes da região a chamavam assim pelo fato de observarem que na
estação seca a maioria das plantas perdem as suas folhas com exceção de algumas espécies como o juazeiro e
outras palmeiras, predominando nos aspectos visuais da paisagem a
aparência esbranquiçada dos troncos das árvores.
Do total dos 6 biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado,
Caatinga, Pantanal e Pampas) existentes ao longo do território brasileiro, a
caatinga é o único domínio natural exclusivamente brasileiro situado no sertão
nordestino, não estendendo a sua fronteira para outros países. Possuindo
algumas características naturais que não são encontradas em nenhum outro lugar
do planeta.
Ocupando em média um pouco mais de 10% do território
nacional com área de 844.453 km² (IBGE, 2004), abrangendo principalmente na sua
maior extensão grandes partes dos Estados pertencentes a região nordeste, tais
como: Ceará, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba, Bahia, Sergipe. E, no sudeste, uma pequena porção ao norte do Estado
de Minas Gerais.
A caatinga possui um clima tropical semiárido, caracterizado
pelas temperaturas elevadas, secas prolongadas e chuvas irregulares, pois há
longos períodos de estiagem, ou seja, sem chuvas. A
umidade do ar é bastante baixa assim como a amplitude térmica, tendo em
vista que as temperaturas se mantêm constantemente altas e as chuvas são muito
escassas.
Referente ao solo é rico em minerais, mas pobre em matéria
orgânica, devido a escassez de chuvas e a ação do intemperismo físico, nesse
domínio normalmente se apresenta, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação
dos Solos, um solo raso ou de pouca profundidade. Onde nas áreas próximas a
leito de rios há a presença de solo fértil e em outras regiões há
presença dos solos arenosos, solos pedregosos ou ainda rochas metamórficas. A
remoção parcial ou total da cobertura vegetal da caatinga é algo que propicia a
diminuição da cobertura dos solos, deixando-os expostos, ocasionando no
crescente aumento da degradação do bioma.
Aspectos
relacionados a hidrografia do bioma, revelam que a caatinga apresenta rios que
são em sua maioria intermitentes ou temporários, ou seja, rios que correm
apenas nos períodos das chuvas e que secam nos períodos de estação seca. O Rio
perene, isto é, que apresenta água corrente o ano todo, como o mais conhecido,
o rio São Francisco, certamente não são tão comuns.
Sua cobertura vegetal de mata seca é composta por plantas xerófitas (gramíneas, arbustos e árvores de troncos retorcidos e espinhosos), caducifólias (com queda das folhas). Além também do desenvolvimento de cactáceas (vegetações adaptadas a regiões com poucas chuvas).
Quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água para o ambiente no processo de evapotranspiração, permitindo maior armazenamento interno de água pela planta. Funcionando isso, de certo modo, como um mecanismo natural de sobrevivência. Tal qual as plantas que possuem o mecanismo fisiológico do xeromorfismo em que há a produção de uma cera que reveste suas folhas que faz que percam menos água na transpiração.
No geral, podemos afirmar, assim, que na caatinga predomina basicamente a vegetação com pouca folhas e adaptadas para os períodos de secas. São exemplos de espécies de flora típicas da Caatinga: Xique-xique, Umbuzeiro, Juazeiro, Carnaúba, Macambira, Mandacaru, dentre outros.
Em razão das suas características naturais,
erradamente julgou-se por muito tempo que a caatinga era um bioma de pouca ou
nenhuma biodiversidade. Entretanto, ao longo dos últimos anos pesquisas vêm
cada vez mais desmentindo essas afirmações. Sua fauna não é tão conhecida como
poderia ser, havendo diversas espécies de animais endêmicos, uma diversidade de
seres vivos. Boa parte dos animais encontrados sendo
composto por répteis como cobras e lagartos. São exemplos de espécies
animais da Caatinga: Gato-do-mato, Tatu-bola, Veado-catingueiro, Onça-pintada,
Gambá, Preá, Ararinha-azul, dentre outros.
Apesar de preocupar o fato da Caatinga se constituir atualmente
no terceiro bioma mais devastado do brasil, ficando atrás apenas da Mata
Atlântica e do Cerrado. Segundo o IBAMA praticamente metade da vegetação
original do bioma já foi devastado. O que contribui para esse impacto negativo
são práticas como o desmatamento, a expansão da fronteira agrícola e a
utilização de suas árvores para a produção de lenha.
Portanto, é imprescindível haver o conhecimento do bioma da caatinga para buscarmos estimular o desenvolvimento da consciência ambiental assim como o desenvolvimento de ideias e ações visando o uso sustentável e a conservação da biodiversidade brasileira, no sentindo de compreender a importância de proteger esse bioma.
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