domingo, 22 de dezembro de 2024

GEOGRAFIA REGIONAL: QUAL A IMPORTÂNCIA DO CONCEITO DE REGIÃO?

A geografia é a ciência responsável por estudar o conjunto de diferentes e diversos fenômenos humanos e naturais que ocorrem no espaço. Para isso, a geografia tem disponível múltiplas possibilidades de analisar e compreender as manifestações espaciais dos fenômenos.

Comumente, podemos apontar cinco conceitos básicos através dos quais nos permitem ser adquiridos e transmitidos seus conhecimentos, sendo espaço geográfico, território, região, paisagem e lugar. Em que vai nos interessar especialmente o conceito de região, essencial a análise geográfica: 

 

(...) o conceito de região está associado ao trabalho do geógrafo. Deixá-la de lado é abandonar um signo que identifica a Geografia perante as ciências. Repensar a região hoje significa uma maneira de contribuir para a superação da crise das ciências sociais e colaborar, enquanto geógrafo, na compreensão e impasses do mundo contemporâneo (...) (BECKER; EGLER, 1994, p.14)

Por sinal, o de longe mais reconhecido geralmente como um objeto próprio do saber geográfico. O conceito de região se confunde com a própria origem da geografia, pois faz parte não apenas do início do pensamento geográfico, mas também posteriormente da sua institucionalização e constituição como ciência. Além disso, o conceito se sobressai aos demais dada a capacidade que possui de ser integrador, conseguindo abranger os fenômenos naturais e os fenômenos humanos e a relação que ambos estabelecem entre si, natureza-sociedade, verificados na análise regional.

Os fenômenos tanto variam de lugar a lugar quanto as suas inter-relações também variam. Os elementos possuem relações internas e externas à área. O caráter de cada área seria dado pela integração de fenômenos inter-relacionados. Logo, segundo o geógrafo norte-americano Richard Hartshorne, a análise deveria buscar a integração do maior número possível de fenômenos inter-relacionados. (MORAES, 1986, p. 88).

Inclusive, essa integração diante de fenômenos heterogêneos evidenciada na perspectiva regional corresponde a uma característica essencial que reflete positivamente em proporcionar condições favoráveis de aproximar nos estudos e nas pesquisas da geografia os geógrafos físicos e geógrafos humanos. Contribuindo assim para superar até certo ponto a fragmentação do conhecimento artificialmente estabelecido.  

Outra importante ideia relacionada a essa questão do conceito de região. É que desde a origem da geografia assume grande centralidade a necessidade de recortar o espaço que nos remete, imediatamente, ao conceito de região que na raiz etimológica do seu termo está associada a ideia de recorte ou delimitação. Nesse sentido, podemos dizer que assim como os historiadores tem na periodização que corresponde a recortar o tempo, a grosso modo, parte de um tempo, uma das suas questões centrais.

Nós como geógrafos temos no recortar o espaço, parte de um todo, regionalização uma das nossas principais preocupações. Ora como um recorte dado pela natureza, ora como um recorte político-administrativo, ora como um recorte econômico ou ora como um recorte cultural. Por isso, pode-se falar em inúmeras regiões, por exemplo, em regiões naturais, regiões político-administrativas, regiões econômicas e regiões culturais.

As regiões são variadas conforme são variados os critérios utilizados que as identificam ou as criam. Regionalizar implica não apenas em uma representação para um melhor entendimento de alguma parte do mundo, mas também na criação de novas realidades. Porque é uma realidade presente assim como é uma elaboração intelectual.

Normalmente revelando uma certa finalidade, destacando razões e motivos da sua existência ou apresentando uma certa organização, extensão e direção do fenômeno espacial na dimensão regional. Identificada por um ou mais critérios que quando selecionados e estabelecidos por uma ou mais forças combinadas são capazes de exercer influência consolidando na realidade. Em meio a um conjunto de muitas irregularidades, determinando alguma regularidade, isto é, em meio as tantas desordens a manifestação de alguma ordem, em meio ao que é geral e ao que é singular o que é particular, em meio as diversas diferenças algo de mais comum. Basicamente resultando divisões de territórios em regiões que, sobretudo, apresentam características particulares.

Acrescentado a ideia de recortar o espaço associado ao conceito de região temos, ainda, também a importante noção de diferenciações de áreas. Há quem considere como se essa noção fosse o estudo da própria geografia. Já que se desaparecessem as diferenças espaciais, logo desapareceriam, igualmente, as regiões.

Podemos perceber que desde antigamente na origem da geografia apontada com os precursores Estrabão (Grecia 63 a.C. ou 64 a.C. ca.24) e Ptolomeu (Egito, 90 d.C. - Canopo, Egito, 168 d.C.) já continham essa preocupação. Mesmo que trabalhando em diferentes escalas e apresentando pontos de vistas divergentes, o primeiro com uma abordagem mais histórica-descritiva-qualitativa e regional, o segundo com uma abordagem mais matemática-cartográfica, quantitativa, geral, ambos abrigavam convergindo nas suas considerações a noção de diferenciações de áreas.

Compartilhando desse entendimento nessa questão o geógrafo alemão Alfred Hettner, em sua obra no final do século XIX, concluiu que:

A matéria especifica da geografia, desde os tempos mais remotos até os dias de hoje, consiste no conhecimento das áreas da terra na medida em que diferem uma das outras. (HETTNER apud HARTSHORNE, 1978, p.14)

Mas, foi principalmente a partir do início do século XX em diante que a geografia regional, de fato, apresentou maior reconhecimento e majoritário domínio institucional na produção e reprodução do conhecimento geográfico em diferentes perspectivas, com geógrafos que iam desde Vidal de La Blache, passando por Richard Hartshorne até Alfred Hettner, cada qual da sua maneira, assumindo como questão fundamental as diferenciações de áreas.

Na abordagem regional do trabalho científico do importante geógrafo francês Paul Vidal de La Blache prevalece a descrição, a comparação e a conclusão. Valorizando a realização de estudos de campos e utilizando nesse método vidaliano elementos naturais de “posição, aspectos físicos e extensão” (RIBEIRO, 2012, p.29) que promovem conexões com elementos humanos da história, geografia e cultura. Revelando, de certo modo, diferenciações de áreas no estudo do meio ora pela ação da natureza, ora pela ação humana ou ora pela interação humana e da natureza na totalidade. Constatando possibilidades de a natureza exercer influência no ser humano e o ser humano exercer influência na natureza. Sem propor um modelo fixo, mas sim flexível e variado tal como é esse objeto de estudo geográfico.

Acompanhando a trajetória do conceito de região a partir do geógrafo Vidal de La Blache, podemos verificar a evolução e mudança que sofreu o conceito, no decorrer do tempo, por conta da própria natureza da dinâmica da realidade mutável e contraditória, sendo necessário senão, por sua vez, não daria mais conta de corresponder a expectativa de obter compreensão de boa parte dos acontecimentos espaciais.

O geógrafo brasileiro Rogério Haesbaert (2010) vai mostrar como o conceito foi sendo reelaborado, mostrando três grandes fases pelas quais a região apresentou, igualmente, em cada uma das diferentes fases, três concepções distintas.  A primeira fase basicamente os elementos naturais predominavam, podendo variar o fator considerado se vegetação, clima, hidrografia, conforme a região tratada de tal maneira que em parte se menosprezava as divisões político-administrativas. Podendo, assim, ser confirmado na obra do autor “As divisões fundamentais do território Francês” (VIDAL DE LA BLACHE. P, 1888).

A segunda fase corresponde a um momento de transição em que as mudanças operadas na realidade começam a refletir, igualmente, na mudança do conteúdo do conceito de região, pois se migra da abordagem da região de bases naturais de outrora agora rumo na direção de uma região com bases nos aspectos humanos, ou, na imbricação da relação homem-meio. Podendo ser confirmado na sua obra “Tableau de laGéographie de la France” (VIDAL DE LA BLACHE. P, 1903).

Na terceira, e última, fase com a industrialização, urbanização e evolução técnica, assistimos a intensificação da ação humana de tal maneira que provoca a introdução da concepção de região econômica refletida na ideia, por exemplo, de região funcional, onde os limites regionais antes rígidos passam a ser mais fluídos. Podendo ser verificado no seu artigo “RégionsFrançaises” (VIDAL DE LA BLACHE. P, 1910).

Ainda que Vidal de La Blache tenha vivido em um outro contexto bastante distinto do contemporâneo. Elaborando conceitos e noções de região que correspondem à realidade da época na qual viveu. Podemos mesmo assim por meio desse notável geógrafo Vidal de La Blache, confirmar que a região não deixa de existir, mas que ela é submetida, num momento ou noutro, ao processo de construção, destruição e reconstrução ou, por outras palavras, segundo o geógrafo Rogério Haesbaert em “vida”, “morte” e “ressureição” (HAESBAERT, 2010).

Tendo em vista a necessidade de usar concepções e modelos pelos quais possam corresponder a realidade que é dinâmica, contraditória e mutável implicando na necessidade de mudar a região e regionalização. Na medida em que também muda na realidade presente. Sendo cada concepção, assim, apropriada de acordo com o contexto de cada momento histórico-geográfico que confere substancialmente utilizá-la.

Nesse sentido, as regiões não são as mesmas, basta verificar no começo as regiões tradicionais tinham em comum como características principais apresentadas a maior estabilidade, regularidade, fixidez, contiguidade espacial, solidez. Em contrapartida, as de hoje evidenciam nítidos contrastes, pois apresentam como características observadas o maior nível de instabilidade, irregularidade, descontinuidade, fluidez, liquidez.  

Salvando exceções e especificidades próprias de cada abordagem regional. Hoje, na maioria das vezes, a ideia de região aparece compreendida como particularidade, como mediação entre o universal e o singular, o global e o local, não sendo absolutamente por mais que se pretenda única ou homogênea, mas é marcada por elementos que evidenciam particularidades. (LENCIONI, 1999).

Levando em consideração que as regiões são hoje também abordadas e marcadas pelo caráter de mutação, de mobilidade e de fluidez do que necessariamente de conservação, fixidez e estabilidade. Sendo assim, em relação a estas mudanças: 

A região está se fragmentando, tornando-se não tão desorganizada (...) quanto deslocadas nos termos em que costumamos considerar regiões como áreas contínuas e demarcadas. (THRIFT 1996, p, 239)

Portanto, assim observando a trajetória da abordagem regional atravessando tantas transições, períodos, etapas e fases e mesmo, ao contrário do que erroneamente afirmavam a princípio sobre seu suposto fim, permanecemos vendo não só sua existência vigorosa assim como prosseguimos reconhecendo e confirmando conforme o que concluiu o geógrafo britânico Nigel Thrift (1995, p.242) “a geografia regional é essencial à prática de produzir geografia”.

Tendo em vista as amplas perspectivas acerca da região já existentes e as novas que não cessam de se avolumarem e a complexidade que este conceito se reveste, percebe-se a região principalmente pelas particularidades naturais ou socioespaciais que a caracterizam e a regionalização produtora não apenas de diferenças bem como de certos aspectos comuns.

Não só vista como resultante de construções intelectuais, sendo normalmente abstrata e ideal, mas também, ao mesmo tempo, como oriunda de construções práticas, sendo comumente concreta e real. Partindo da compreensão de que “regiões refletem tanto diferenças no mundo quanto ideias sobre diferenças” (HAESBAERT, R.1999, p. 92). Ou, por outras palavras, poderíamos dizer que a região basicamente comporta tanto interpretações quanto fatos acerca de si.

Sem proceder a buscar estabelecer uma separação rígida, ou seja, uma fronteira delimitando exatamente onde uma (intelectual, abstrata e ideal) e outra (pratica, concreta e real) dimensão da região começa e termina. Já que são duas dimensões, na verdade, essencialmente complementares. Estabelecendo relações entre si.

O debate regional não tem limites e retoma a sua força contemporaneamente, tendo em vista que no contexto atual ao invés de uma globalização homogeneizadora vemos, na realidade, a recriação da diferença no planeta em face da diversidade regional existente e da complexidade dos novos conteúdos-formas que apresentam essas questões.   

 

Não pensamos que a região haja desaparecido. O que esmaeceu foi a nossa capacidade de reinterpretar e de reconhecer o espaço em suas divisões e recortes atuais, desafiando-nos a exercer plenamente aquela tarefa permanente dos intelectuais, isto é, a atualização dos conceitos. (SANTOS, 1994, p. 102)

 

Expressando, dentre outras maneiras possíveis, a importância do debate regional na geografia, conscientes de que “a utilização do termo entre os geógrafos, no entanto, não se faz de modo harmônico: ele é muito complexo” (CORRÊA, 1986, p. 22); a necessária reelaboração do conceito de região promovida ao longo do tempo, sendo que a região “sempre foi pertinente à perspectiva geográfica, apesar de se constituir, ainda hoje, em uma noção problemática” (LENCIONI, 2009, p. 14).

Tendo em vista que neste contexto sócio espacial atual de rápidas e intensas transformações como esse, por exemplo, provocado pelo fenômeno hegemônico da globalização (SANTOS, 1996) em que basicamente há impulsionado pela evolução dos meios de comunicação, dos transportes e da tecnologia um forte aprofundamento das relações econômicas, políticas e culturais a nível global.

Em que a princípio se imaginava bastante que o fenômeno da globalização, mais visível a partir principalmente da década de 70 em diante, com a intensificação dos fluxos de pessoas, mercadorias e, sobretudo, informações, iria manifestar sua expressão na dimensão espacial de modo mais contundente num determinado momento com a homogeneização espacial do mundo, ocasionando em decorrência de se captar como indiferenciado, no início, o fim não só das regiões como também, depois, o próprio fim da geografia.

Não faltou, diante disso, estudiosos, de um lado, que tanto se prontificassem a afirmar o seu fim e estudiosos, de outro lado, que se posicionassem a defender a existência e relevância de se prosseguirem com os estudos regionais da geografia.

Os primeiros grupos de estudiosos, apesar dos argumentos ora convincentes e aparentemente corretos, estavam no fundo errados, uma vez que confundiam, muitas das vezes, de maneira simplista o fim da geografia com a superação, em grande parte, das barreiras e das distâncias promovidas por intermédio das evoluções tecnológicas, dos transportes e das comunicações.

Nesse sentido, depois de decretarem o fim das regiões, na década de 90, decretavam o fim da geografia, como um dos seus principais defensores dessa ideia Fukuyama (1989), O’Brien (1992) e Virilio (1997) este último, importante pensador frânces, mas que nesse assunto em específico erradamente pensava, por exemplo, que a fluidez global iria chegar ao ponto de plenamente sucumbir as barreiras e as distâncias. Permitindo, assim, conectar instantaneamente, em diferentes dimensões materiais e imateriais, os lugares no mundo.

Do outro lado, dos que defendem a importância não apenas da geografia regional, mas também da geografia de um modo geral, temos, dentre outros, um dos maiores geógrafos brasileiros Milton Santos afirmando:

 

A região continua a existir, mas com um nível de complexidade jamais visto pelo homem. Agora, nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, de individualização e regionalização (SANTOS, 1999, p.16).

Levando em consideração o que foi dito, então, se a região ainda existe é fundamental um esforço para compreendermos que não se trata mais da região e regionalização concebida e sustentada sobre a base de um ponto de vista tradicional, mas que apresenta novos elementos para submeter a análise de outras bases, num ponto de vista atual.

Para Milton Santos, por exemplo, após o advento da globalização a região passa a se configurar com mais força na dimensão funcional em relação a articulação estabelecida de um local ao modo de produção global. Região e lugar se identificam na cidade, onde há o encontro e o desencontro de múltiplos vetores da modernidade.

 Sendo assim, na definição atual das regiões, Milton Santos (1994, p. 92) diz que longe estamos daquela solidariedade orgânica que era tão própria da definição do fenômeno regional. O que temos hoje são solidariedades organizacionais. Implicando em redefinir a região essa relação fortemente intensificada entre o local e o global.

 

Os progressos realizados no domínio dos transportes e das comunicações, bem como a expansão da economia internacional - que se tornou “generalizada”- explicam a crise da noção clássica de “região”. Se ainda pretendemos manter a denominação, somos obrigados a redefinir a palavra. (SANTOS, 2008 [1978])

A região assim está evidentemente deslocada do sentido da lógica de produção espacial antiga, passando a apresentar tanto dinâmicas quanto características que a torna, apesar de possível, menos fácil de ser descrita, classificada, comparada e explicada como costumava a ser.

O acontecer regional há horizontalidades e verticalidades, mas passa a está mais relacionada a verticalidades do que horizontalidades. Porque as verticalidades são próprias da solidariedade organizacional enquanto que horizontalidades são próprias da solidariedade orgânica. Horizontalidades são uma das características centrais da noção clássica de região e verticalidades são uma das características centrais da noção moderna de região.

A verticalidade corresponde a relação entre pontos dispersos no espaço, pontos descontínuos interligados pela técnica e pela informação que recebem ordem e a executam conforme necessidades estranhas ao lugar (SANTOS, 1997). Os fatores da verticalização encontram-se no comércio internacional, as demandas das multinacionais e do capital financeiro que trazem outras ordens aos lugares, tornando-os progressivamente subordinados ao processo de mundialização do capital.

A internacionalização do capital na globalização revela a debilidade do antigo conceito de região. Pois, o edifício regional estável e coeso cede lugar à instabilidade e várias mudanças na sua forma e no seu conteúdo. Por outras palavras, podemos dizer que se constata fatores externos exercendo assim na região uma influência mais preponderante do que fatores internos.

 

A tendência atual é a de que os lugares se unam verticalmente e tudo é feito para isso, em toda parte.

(SANTOS, 1997: 206).

 

Sendo necessário agora não deixar de considerar a região, mas sim realizar mesmo um esforço intelectual em função de ressignificar, ou seja, redefinir esse conceito impregnado de outras racionalidades. Atribuindo novas explicações e usos adequados. A região assim é um conceito polissêmico e admite diferentes significados.

 

As regiões são o suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizam. Agora, exatamente, é que não se pode deixar de considerar a região, ainda que reconheçamos como um espaço de conveniência mesmo que a chamemos por outro nome (SANTOS, 1996).

 

Importa assim mudar a perspectiva e o tratamento da forma-conteúdo do conceito conforme a dinâmica de mudança da realidade que não é igual a pressupor que o conceito de região deva deixar de existir. O que deixa de existir nem tão pouco é a explicação e o uso do conceito de antes aplicado a realidade de antes, mas sim o que muda mesmo é a explicação e uso do conceito de região empregado na realidade de agora. Como bem nos lembra Rogério Haesbaert: 

Não faltam, portanto, novas perspectivas para a análise regional, sejam na forma das antigas regiões-zona, ou na forma das regiões-rede ou das redes regionais. (HAESBAERT, 2002, p. 21)

 

Portanto, regiões nunca antes deixaram e nem, muito menos, hoje deixam de existir, o que aconteceu foi que novas regiões e novas regionalizações passaram a emergir. Bem mais agora do que outrora os geógrafos enxergam as regiões não como conjuntos únicos e isolados, mas sim como conjuntos temporários e relacionais submetidas a contínuas transformações.

Por isso, não é difícil de perceber porque que na geografia regional, ao longo do tempo, apesar de ter a região se tornado em algo menos simples e mais complexa, consegue por diversos motivos e razões assim nos diferentes estudos regionais continuar sendo como sempre foi, sem dúvida, uma questão importante. Dentre outras coisas, principalmente por contribuir para elucidar de maneira significativa no entendimento dos acontecimentos reais.


TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

 

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BECKER, Bertha. K; EGLER, Claudio. A. G. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.

CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Editora Ática, 1986.

HARTSHORNE, Richard. Propósitos e Natureza da Geografia. 2 ed. São Paulo: Hucitec, 1978.

HAESBAERT, Rogério Costa. 1994. O Mito da Desterritorialização e as “Regiões Rede”. Anais do V Congresso Brasileiro de Geografia. Curitiba: AGB.

HAESBAERT, Rogério Costa. 1999. Região, Diversidade Territorial e Regionalização. Revista GEOgraphia. Niterói: Programa de Pós-Graduação em Geografia.

HAESBAERT, Rogério Costa. 2010. Regional-global: dilemas da região   e

regionalização na geografia contemporânea – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil

LENCIONI, Sandra. 1999. Região e Geografia. São Paulo: Edusp.

MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1986.

RIBEIRO, Guilherme. Fundamentos epistemológicos de uma ciência. In: PEREIRA, Sergio Nunes; HAESBAERT, Rogério Costa. (Orgs.). Vidal, Vidais: Textos de Geografia Humana, Regional e Política. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.

SILVA, Antonio Gustavo. 2018. Plebiscito do Estado do Pará e a relevância sub-regional de Marabá e Santarém: a importância do debate regional na geografia. Marabá: UNIFESSPA.

SANTOS, Milton. 1994. Técnica, Espaço, Tempo: Globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec. 

SANTOS, Milton. 1999. Modo de produção técnico-científico e diferenciação espacial. Rio de Janeiro: Revista Território.

SANTOS, Milton. 1996. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo: Editora Hucitec.

SANTOS, Milton. 1997. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 2. ed. São Paulo: Hucitec.

THRIFT, Nigel. Visando o âmago da região. In: ______. GREGORY, Derek; MARIN, Ron; SMITH, Graham (Orgs). 1996. Geografia humana: sociedade, espaço e ciência social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

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EXISTÊNCIA

A existência é o que basicamente acontece no espaço do tempo e no tempo do espaço de duração de uma vida.  (Antonio Gustavo)