sábado, 24 de agosto de 2019

PIMENTA-DO-REINO



A Pimenta Preta ou também mais conhecida no Brasil como “Pimenta-do-Reino” diz respeito a uma especiaria originária do continente asiático que possui uma riqueza de cheiro, sabor e cor. É valorizada assim como utilizada na culinária de várias partes do mundo. Relativo ao nível de desenvolvimento verificado de seus grãos pode ser classificada como pimenta preta, vermelha, verde ou branca.

A história confirma a sua valorização desempenhando um papel importante em diferentes eventos históricos. Antigamente, por exemplo, no início da sua comercialização, o grão de pimenta foi tão cobiçado que valia tanto quanto ouro, chegando até em alguns episódios a ser, inclusive, usado como se fosse moeda. Em outro momento, a busca por essa especiaria tão valorizada e utilizada há bastante tempo, não se constituiu em um dos únicos, mas em um dos principais motivos a impulsionar, nas grandes navegações, a expansão do império português em direção ao mundo oriental, especialmente do subcontinente indiano.

Porém, a partir de um determinado período da idade média observamos que o uso da pimenta do reino passa a aparecer cada vez mais relacionado a fins culinários. Sendo a pimenta, então, normalmente usada para conservar os alimentos ou, pelo menos, para diminuir o cheiro exalado e gosto desagradável dos alimentos em decomposição que naquela época durante as longas viagens das navegações de um continente a outro era muito comum de ocorrerem. 

A introdução da pimenteira-do-reino no Brasil até aonde se sabe inicialmente aconteceu pelos portugueses durante o século XVII, no contexto do período colonial, ficou nesse momento sendo chamada de pimenta-de-Portugal e era restringido o seu cultivo em determinadas áreas ao longo do litoral do território brasileiro. 

Atualmente, incorporada a prática culinária brasileira, presente no preparo de muitos pratos e com modernas técnicas de produção e consumo, passam os grãos de pimenta a ser, por sua vez, tanto cultivada em regiões mais continentais do território nacional, ampliando expressivamente a produção quanto usada nas indústrias de carnes e conservas. Entretanto, a maior parte do total da quantidade produzida no Brasil desses grãos é destinada mais à exportação do que ao consumo do mercado interno.

Especificamente na Amazônia a origem do cultivo e produção dos grãos de pimenta do reino aparece, sem dúvida, ligado ao momento importante da vinda de imigrantes japoneses. Aonde aqui chegando, durante as primeiras décadas do século XX, introduziram e difundiram a cultura da pimenta que encontrou, em boa parte, ambientes com um conjunto de condições naturais não só de clima (quentes e úmidos), mas também de solo (terras firmes; solos não encharcados) e de precipitação pluviais (bem distribuídos na maior parte do ano) bastantes favoráveis para seu cultivo. 

Hoje já se sabe que os benefícios e qualidades da pimenta-do-reino não se limitam somente a temperar comidas ou conservá-las através do sabor quente e aroma atraente que possui, pois diversos estudos científicos afirmam que é útil em contribuir, dentre outras coisas, estimulando o funcionamento do intestino, melhorando o metabolismo e facilitando a digestão; anti-inflamatório amenizando as dores e exercendo influência cicatrizante; possuindo propriedades antibacterianas que melhoram a imunidade; possuindo o composto orgânico piperina que melhora a absorção de nutrientes, estimula a produção de serotonina que favorece a sensação de bem estar; ajuda no tratamento de asma facilitando a respiração; previne várias doenças degenerativas por possuir antioxidantes; combate o resfriado e alivia tosses. 

Apesar de ter sido injustamente rodeada de dúvidas e falsos boatos referente a disseminarem a crença errada de que a pimenta do reino poderia fazer mal a vida humana. Na verdade, é contraindicada somente em pouquíssimos casos, tendo em vista que é necessário apenas ter cuidado de consumi-la em doses moderadas por causa de sua ardência. Além disso, cuidado com o manuseio da pimenta do reino, afastando o contato da pimenta com a parte dos olhos ou do nariz, porque os efeitos mais imediatos é que pode agredir o organismo, gerando alergias e provocando dificuldades de respirar. 

Contudo, podemos afirmar que, de modo geral, a introdução da cultura dessa pimenta foi algo positivo que aconteceu no cenário da agricultura brasileira assim como foi capaz de gerar um impacto economicamente significativo. Não só do ponto de vista nacional, segundo o censo agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com o Estado do Pará na condição de maior produtor dos grãos da pimenta do reino no Brasil, seguido após por Estados pertencentes a outras regiões do país, Espírito Santo, Bahia. Mas, a nível internacional, no sentido de que o Brasil hoje se destaca no mercado internacional entre um dos principais exportadores de pimenta-do-reino do mundo ao lado de países como Vietnã, Indonésia e Índia. Por esses e outros motivos possíveis, assim, não é difícil entender porque a pimenta-do-reino possui enorme importância. 

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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E tudo se transformar: cada semente em flor; cada vontade em amor . (Antonio Gustavo)