segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O GEÓGRAFO - JOHANNES VERMMER



A pintura do quadro "O Geógrafo" é de autoria do pintor holândes Johannes Vermmer que usando a técnica de óleo sobre tela conseguiu a produzir na segunda metade do século XVII. Podendo ser, de certo modo, entendida como uma das maneiras possíveis de se expressar o modo de pensar e fazer a geografia em vigor naquela época. 

Podendo-se normalmente perceber através da observação do que essa importante pintura demonstra que a pose da figura do geógrafo revela principalmente interesse nesse momento exclusivamente direcionado ao desenvolvimento da atividade intelectual. Como se transmitisse, ao mesmo tempo, a ideia de que o geógrafo fosse ao longo da realização dessa atividade intelectual capaz de trazer o mundo exterior para o interior do quarto. 

Contudo, nessa possibilidade de percepção da leitura geográfica, sugerisse também as limitações humanas, tal como indica a presença do mapa na parede e do globo terrestre em cima do armário. Revelando, desse modo, a existência de um mundo muito mais extenso, diverso e complexo do que quatro paredes do quarto.  Além do fato de que a composição envolvendo os elementos de cores, objetos e sombras abre espaço para múltiplas interpretações até por que, quem sabe, o artista evoca não só a interpretação propriamente da presença de um espaço físico, mas também da leitura de um espaço imaginário.

O geógrafo apresenta um olhar bastante contemplativo, passando a impressão durante a ocupação da atividade intelectual de que o saber fosse praticamente igualado ao conhecimento do mundo. A ideia dessa dedicação a atividade intelectual é reforçada ainda mais não apenas tão simplesmente pela presença de um compasso que ele segura na mão direita, mas também podemos afirmar pela presença de outros objetos que logicamente são ferramentas úteis ao estudo do geógrafo, tais como: mapas, gráficos, um globo e livros.

Pouco seria de estranhar, assim, que a pintura do quadro "O Geógrafo" conseguisse despertar o encanto e a admiração de muitas outras pessoas ao longo do tempo, chegando ao ponto da imagem "O Geógrafo" ter sido escolhida para as capas de diversos livros da área de geografia, por exemplo, a "A Tradição Geográfica" (1993) e a "Crítica da Razão Cartográfica" (2007).

Como é comum geralmente de
 acontecer com muitas obras de arte que são prestigiadas e valorizadas com a pintura "O Geógrafo" não foi diferente, tendo em vista que não permaneceu muito tempo em um só lugar. Atualmente faz parte de um museu de arte Städelsches Kunstinstitut de Frankfurt, na Alemanha. Ainda que seja inegável perceber a relevância dessa obra artística, o que a torna diferente de qualquer outra obra de arte é o fato de que, dentre outras coisas, a pintura “O Geógrafo” continua a servir de estimulo no contexto atual para a refletirmos sobre o próprio sentido e significado de ser e fazer geografia.

TEXTO: ANTONIO GUSTAVO

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E tudo se transformar: cada semente em flor; cada vontade em amor . (Antonio Gustavo)