O
museu sempre possuiu na humanidade uma importância cultural através do seu
patrimônio imaterial e principalmente material, sendo capaz, dentre outras
coisas, de proporcionar recuperar, preservar e disseminar a memória de um povo,
época ou país, reforçando identidades sociais e culturais. Não é à toa que por
exercer essa função o museu é amplamente considerado como o lugar da memória.
A
princípio durante muito tempo eram locais
bastante restritos e elitizados, mantidos e frequentados apenas por pessoas
economicamente privilegiadas. Ao longo do tempo é que foram se tornando como
atualmente conhecemos, ou seja, aberto ao público em geral, promovendo a
inclusão e possuindo um caráter educativo. Passando, desse modo, a ser uma
instituição cultural a serviço da sociedade.
Quem
percebe, ainda, com mais atenção a importância do museu é capaz de sair do
lugar comum e passar a reconhecer outros benefícios que o museu pode oferecer,
pois podemos afirmar que o museu é o espaço ideal não só para preservar a
memória de um povo por meio dos objetos de valor histórico e cultural que expõe para os visitantes apreciarem,
mas também para despertar a curiosidade, inspirar intelectualmente e estimular
a reflexão.
Nesse
contexto, é necessário que haja uma política de proteção desses prédios, a
falta de investimentos em museus e de manutenção adequada em sua estrutura pode
provocar pobrezas tanto de ordem intelectual quanto de ordem financeira como,
por exemplo, no incêndio de grandes proporções ocorrido no Museu Nacional, onde
algumas das principais causas relacionadas a tragédia foi: a falta de
investimentos e a falta de manutenção na sua estrutura.
Acarretando
uma pobreza financeira com a destruição de grande parte do prédio histórico e
de milhares de itens culturais no acervo do Museu Nacional considerados valiosíssimos
como, por exemplo, a coleção de fósseis desde o mais antigo fóssil humano
brasileiro de 11 mil anos, passando por fósseis de dinossauros até fósseis de
múmias egípcias raras no mundo. O dano foi tão irreparável ao ponto de já ser
considerado a maior tragédia museológica do Brasil.
Além
disso, produzindo uma pobreza intelectual pelo fato de ter diminuído com a
quantidade de nossas fontes materiais de conhecimentos disponíveis que remetem
ao passado, na medida em que obviamente oportunizava conhecer mais sobre pessoas, lugares
e culturas por meio da cultura material do museu.
Portanto, não precisávamos constatar a destruição do Museu Nacional para
passar a incentivar a valorização dos diversos museus existentes como algo certamente relevante de se apoiar ou de se fazer. Pois, pode ser praticamente
equivalente a apoiar e promover a cultura, especialmente nesta era digital em
que não podemos permitir que o universo virtual com sua forte tendência
imaterial permaneça a conduzir a progressiva desvalorização e perda de sentido no mundo real assim da importância da conservação material dos museus.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO
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