A Amazônia é o maior
bioma brasileiro. Ocupando quase metade do território brasileiro. Presente nos
estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão,
Pará, Mato Grosso e Tocantins, praticamente presente em toda a região norte assim como também abrangendo determinadas áreas das regiões do nordeste e centro-oeste brasileiro. Além de outros países sul-americanos.
A Amazônia pode ser considerada um patrimônio natural da
humanidade. No
sentido de dizer que possui enorme importância não só para o Brasil, mas para o
mundo e a humanidade, devendo garantir sua preservação para a presente e as
futuras gerações. A amazônia constitui-se na maior floresta tropical do mundo
e na maior também em biodiversidade, isto é, apresenta uma abundante variedade
e quantidade de espécies animais e vegetais.
Amazônia comporta a
maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica. O principal rio da bacia
é o Rio Amazonas, sendo o maior do mundo em volume de águas e o maior
do mundo em extensão. Possui uma grande reserva de
água doce e também a maior reserva de água potável do planeta (Aqüífero Alter
do Chão). O solo
encontrado geralmente é bastante arenoso, possuindo uma fina camada de
nutrientes, composta por húmus, matéria orgânica rica em nutrientes, oriunda a partir da decomposição de
folhas, galhos, frutos e animais mortos. O clima é
equatorial, quente e úmido, equatorial devido à
proximidade com a linha do equador, quente em razão das altas
temperaturas e, sobretudo, úmido em função das chuvas freqüentes na maior
parte do ano e das massas de
vapor de ar, amenizando as temperaturas.
Ainda que obviamente
a vegetação não se limite a constituir como o único fator natural, porém é um
dos importantes fatores naturais pertencentes ao bioma amazônico que
inegavelmente mais se destaca tanto no sentido de chamar atenção da humanidade
pela sua exuberante particularidade quanto despertar o interesse dos
estudiosos.
Em função principalmente
do intenso desmatamento, a partir do século XX em diante, é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Segundo revela um estudo publicado, em
2018, na revista Science em média 20% aproximadamente da área total de floresta
da Amazônia já foi devastada. Apesar
de ser, ao mesmo tempo, o bioma brasileiro, até o momento, menos devastado em
virtude de fatores históricos e econômicos relacionados à dinâmica de ocupação
e exploração do território brasileiro.
Sua floresta
basicamente costuma ser classificada em três tipos de categorias: Mata de
Igapó, Mata de Várzea e Mata de Terra Firme. A mata de Igapó corresponde ao
trecho da floresta sempre alagado e ao ambiente mais frágil, onde se desenvolve
uma vegetação simbólica da Amazônia, a vitória-régia, além de cipós, musgos e
outras plantas aquáticas, adaptadas as condições do ambiente encontrado. Parte da
floresta amazônica que possui difícil acesso humano devido as seus aspectos
naturais. Onde se encontra os terrenos mais baixos. Sua vegetação
normalmente cresce a menos de 20 metros de altura.
A mata de Várzea é a
parte da floresta sujeita periodicamente a inundações, decorrente de estar
submetida a alagamentos temporários dos rios. O solo da mata de várzea é
considerado naturalmente fértil, possuindo uma grande quantidade de nutrientes,
porque em seu solo é acumulado
grandes quantidades de nutrientes trazidos pelas águas em períodos de cheias dos rios. É onde
tipicamente encontramos o cumaru, a seringueira, espécies de palmeiras como o açaí e o
buriti, normalmente localizados próximas a rios. Possui árvores geralmente de
médio porte que atingem em média 30 metros de altura.
Curiosamente é
considerada, ainda, por alguns estudiosos como uma mata, de certo modo,
intermediária, na medida em que suas áreas mais próximas a mata de igapó,
apresenta algumas características naturais mais parecidas com essa mata,
enquanto, por sua vez, outras áreas da mata de várzea mais próximas a mata de
terra firme, apresenta determinadas características naturais semelhantes com a
mata de terra firme.
A Terra Firme é
sempre livre das inundações, sendo das três matas a que ocupa a maior extensão
territorial da floresta amazônica com o desenvolvimento de vegetação rica em
formações como o castanheiro, o cacaueiro, o cedro, mogno. Possui as árvores de
maiores portes que chegam a ultrapassar a altura de 50 metros. Além disso, essa
parte que concentra a maior quantidade de espécies de animais e vegetais da floresta e, no entanto, é a mais submetida à descaracterização do seu espaço natural
pelos problemas ambientais decorrente do desenvolvimento das atividades
humanas.
Ao contrário do que
durante muito tempo alguns estudiosos do assunto acreditavam e defendiam a
ideia de que o bioma da Amazônia tratava-se no que se refere a sua vegetação de
uma imensa mata homogênea, atualmente sabe-se que, na realidade, a floresta
Amazônica é heterogênea, possui uma grande variedade de espécies de plantas e
árvores, sendo uma vegetação normalmente caracterizada como latifoliada, perene
e densa, ou seja, possui tanto folhas largas quanto folhas verdes que não
perdem suas folhas durante todo o ano e árvores que estão próximas uma das
outras.
Algumas das principais causas
dos problemas ambientais diz respeito: a extração de
madeira de maneira ilegal por madeireiras presentes na região; o avanço de
atividades econômicas principalmente com a pecuária e o cultivo de grãos de
soja; queimadas ilegais, geralmente acontecendo na abertura de
pastagens para o gado ou na ampliação de áreas de cultivo agrícolas como, por
exemplo, a cultura de soja; abertura de estradas e expansão de áreas
urbanas; falta de fiscalização ou fiscalizações pouco consistentes; crescimento
populacional impulsionando a expansão urbana descaracterizando o bioma;
implantação de projetos de mineração; construção de usinas hidrelétricas; o aumento das exportações de certos produtos do setor primário, ferro, alumínio,
ouro, madeira, peles de animais etc, riquezas naturais dessa região que vão
para o mercado externo, dentre outros problemas.
Gerando com o conjunto dessas atividades humanas na Amazônia várias
conseqüências, sendo algumas das principais: a extinção de grande quantidade de
espécies vegetais e animais, inclusive algumas espécies que não foram
catalogadas e nem sequer conhecidas; o tráfico de animais e plantas; a
biopirataria, pesquisadores estrangeiros se apropriando indevidamente de
recursos naturais encontrados no bioma ou do uso do conhecimento milenar dos
povos tradicionais da região (caboclos, índios, quilombolas, ribeirinhos); o desequilíbrio
no ecossistema da região; o aumento da poluição do ar, perda da umidade, nos
casos de queimadas; os desmatamentos, intensificando a emissão de gases do
efeito estufa, favorecendo o aquecimento global.
Tendo em vista que as
árvores são as grandes responsáveis pela absorção do gás carbônico da
atmosfera, grandes fixadoras de carbono, com o desmatamento, logo se aumenta a
quantidade de gases do efeito estufa causadores do aquecimento global,
sobretudo o CO2 na atmosfera; além de diminuição dos índices pluviométricos e
umidade do ar, pois há a diminuição da transpiração das plantas através do
processo de evapotranspiração da vegetação amazônica.
Reduzindo os efeitos
positivos provocados pelo fenômeno natural dos “rios voadores”, através do qual se
verifica a enorme quantidade de água liberada pela Floresta Amazônia em forma
de massas de vapor d'água para a atmosfera. Afetando na diminuição não só da
umidade de outras regiões do Brasil, mas, ao mesmo tempo, também de outros
países. Interferindo, portanto, negativamente na regulação climática do planeta
Terra, impulsionando a elevação da média da temperatura.
Diante desse contexto, algumas das possíveis soluções, no geral, indicadas pela organização não governamental do Greenpeace são: valorização
das áreas protegidas; manutenção e criação de unidades de conservação;
regularização fundiária; governança. Outras possíveis soluções que pode-se
indicar consiste em: desenvolver políticas ambientais mais consistentes;
fomentar a consciência ambiental; difundir a educação ambiental; apoiar
práticas de reflorestamento; haver incentivos governamentais a pesquisadores
brasileiros, pois boa parte do conhecimento científico disponível a respeito
da amazônia não é produzido no Brasil.
Por essas e outras razões, podemos facilmente perceber
porque o bioma da Amazônia em diferentes aspectos, sem dúvida, é extremamente
importante. Contudo, não basta apenas reconhecermos a importância desse
valiosíssimo bioma, a consciência ambiental implica também em decisões
expressas através de atitudes, habilidades e
conhecimentos que busquem de fato contribuir, de alguma maneira, com o bioma da Amazônia.
Válido lembrar quando a humanidade ainda estava começando
no mundo a despertar para a consciência ambiental, o que afirma trechos, em
1972 de Estocolmo, da Declaração da
Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o Meio Ambiente:
“defender e melhorar o ambiente para as atuais e futuras gerações se tornou uma
meta fundamental para a humanidade”.
Por outras palavras, podemos dizer que ter consciência ambiental continua sendo sempre algo muito essencial e que valorizar e
proteger o bioma da Amazônia certamente pode ser compreendido como uma das
metas fundamentais a ser mantida pela humanidade em escala global. Afinal, é
inconcebível imaginar o planeta Terra sem a existência do bioma da Amazônia,
pois prejudicaria não só a qualidade de vida da presente geração e das futuras gerações
assim como, em grande parte, inviabilizaria as condições de sobrevivência humana e de diversos outros
seres vivos que dependem, direta ou indiretamente, desse bioma.
TEXTO: ANTONIO GUSTAVO